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Cooperativas e setor produtivo buscam saída para Programa do Leite

Por Assessoria 16/07/2018 18h06 - Atualizado em 16/07/2018 21h09
Foto: Assessoria
Alvo de constantes atrasos e cortes no orçamento por parte do governo federal, as cooperativas que operam o programa do leite (Cafisa, Aagra, Coopaz, Pindorama e CPLA) buscam saída para manter o programa com maior autonomia. Nesta segunda-feira (16), a pauta ganhou o apoio do setor produtivo do estado durante reunião com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida.

Funcionando com a base de R$ 3 milhões por mês, o Programa só está garantido, com recursos disponíveis, até 31 de julho, apesar do contrato assinado entre governo federal e Estado até julho de 2019. Mesmo após a renovação do convênio, os recursos na ordem de R$7,5 milhões ainda não foram liberados, o que vem preocupando os 3 mil pequenos produtores e quilombolas que não possuem alternativa para comercializar o leite produzido no semiárido de Alagoas.

O presidente da Faeal, Álvaro Almeida, saiu em defesa do programa o classificando como maior incentivador da atividade leiteira e importante para manutenção da agricultura familiar no Estado. “Vejo como um vetor substancial em sua proposta inclusão econômica, o qual que tenho certeza que não será suspenso. Nesse momento de incerteza política no país temos uma oportunidade para amadurecermos mais esse Programa, que é incontestável em sua dimensão social e econômica. Vamos ao sacrifício, mas não podemos entregar os pontos”, avaliou Almeida.

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As cooperativas, com apoio do setor produtivo, vão levar a demanda documentada, com todos os impactos e pleitos para aporte de recursos para o funcionamento pelo menos até março de 2019, a uma audiência com governador Renan Filho na próxima quinta-feira (19).

“Em meio a alguns impedimentos da legislação tememos pelo não repasse desse recurso. Com isso, o programa já paralisa em 1º de agosto, só podendo retornar após as eleições. Esse desaceleramento vai sobrepor a um retrocesso geral. Não podemos dizer ao produtor que saia do ramo, que vá vender o leite a setenta centavos. De dez laticínios cadastrados, pelo menos seis fecharão as portas. O governador tem nos ajudado bastante, inclusive esse ano, que só funcionou graças a antecipação da contrapartida. Acreditamos que só ele, nesse momento, pode nos ajudar”, revelou o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro.

Solução
Cerca de R$ 10 milhões serão solicitados ao estado como contrapartida estadual. Para a presidente da Cafisa, Luciende Gadi, de Pão de Açúcar, a suspensão do Programa do Leite significa o mesmo que situação de miséria para seu grupo de 90 produtores. “É passar fome. Hoje o Programa é a única renda certa que temos. Questão de sobrevivência para nós que não temos como montar uma logística de venda”, disse.

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Com uma redução substancial no volume de coleta nos últimos anos, de 80 mil litros para 50 mil litros, além das sucessivas crises, o pequeno Produtor convive com a ameaça real de destruição de diversos postos de trabalho no campo. “Nosso desejo é resolver esse impasse além de tranquilizar os produtores e as 80 mil famílias que contam com esses quatro litros de leite por semana. Isso só vai ser possível quando tivermos uma política definida sobre esse programa que é fantástico”, pontuou Klécio Santos, presidente da Pindorama.

Alguns exemplos bem sucedidos de execução do programa no Nordeste e no sul do país foram citados, durante a reunião com o setor produtivo, como forma de modelo para a implantação de um novo momento. Os exemplos de destaque correspondem aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O último, conta com o volume de 176 mil litros por dia, financiados pelo governo estadual. Além da Faeal, as cooperativas também vão em busca da contribuição da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea).