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Plano de Contingência estabelece diretrizes para moradores do Pinheiro

Por Agência Alagoas 19/01/2019 07h07 - Atualizado em 19/01/2019 10h10
Foto: Agência Alagoas
As coordenações da Defesa Civil Nacional, Estadual e Municipal apresentaram, ontem, sexta-feira (18), no Palácio República dos Palmares, o Plano de Contingência de Proteção para o bairro do Pinheiro, em Maceió, que encontra-se sob risco iminente de um evento geológico de grandes proporções. O plano apresenta os pontos seguros na região, pontos de encontro e rotas seguras para retirada de moradores em caso de incidente, além de apontar as áreas de risco muito alto, alto, médio e baixo.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Moisés Melo, com o Governo do Estado, Governo Federal e a Prefeitura de Maceió, a área do Pinheiro está sob monitoramento constante, realizado 24 horas por dia, para acompanhar qualquer movimentação de solo abaixo das residências. “Inicialmente, o Plano de Contingência está a cargo do município, e os entes estadual e federal entram com total apoio em qualquer necessidade e carência do município. Quando o município não suporta mais a possibilidade do desastre, é feita a convocação para que todos possam atuar nesse plano de contingência gigantesco. Ele serve para dar as diretrizes e orientações, não só para a população, como para integrar todos os órgãos envolvidos em busca de um só objetivo, que é a prevenção”, explicou.

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Dentro da prevenção a um eventual desastre na região, 190 famílias que moravam na área de risco muito alto já foram deslocadas. “Já estamos atuando fortemente com a prevenção, fazendo cadastramento da população, retirando a população da área de risco, solicitando recursos do Governo Federal para que, havendo necessidade, estejamos prontos para dar a resposta e salvar todos aqueles que moram ali, com apoio do Exército, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, grupamento aéreo. Trabalhamos com todas as possibilidades, mas a parte mais forte hoje é a prevenção. Iremos solicitar que toda a população da área vermelha saia antes que comece a quadra chuvosa, que vai de abril até meados de agosto. Nessa área, nós temos cerca de 500 imóveis e estamos solicitando que a população se retire voluntariamente. Para aqueles que precisarem de aluguel social, nós já temos recursos disponibilizados pelo Governo Federal, no valor de R$ 1 mil por mês, para que essas pessoas possam alugar residência em outra região”, disse o coordenador da Defesa Civil Estadual.

O Plano de Contingência aponta como pontos de encontro em caso de emergência o terminal de ônibus do bairro do Sanatório, na Rua Professor José da Silveira Camerino; o estacionamento da Casa Vieira, na Rua Tereza de Azevedo; as concessionárias Hyundai e Volkswagen, e o Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa), na Fernandes Lima; a Praça Lucena Maranhão, na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no Bebedouro; e a sede do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), na mesma avenida, no bairro do Mutange. A base de comando de todas as equipes envolvidas no problema será o quartel do 59º Batalhão do Exército Brasileiro, onde acontecerão também todas as reuniões para tratar do assunto.

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“Quem estiver em qualquer área de risco e precisar sair, deve se direcionar para o ponto de encontro mais próximo. O Cepa será o ponto de encontro principal, onde será montado, se necessário, um hospital de campanha com o apoio do Exército, e uma base do Samu, que já tem sua sede muito próxima ao Cepa. Mas, caso haja um outro tremor, a população deve se deslocar para o ponto de encontro mais próximo da sua residência, entre os que estão estabelecidos. Não vamos interditar a avenida Fernandes Lima em situação nenhuma, mas o Bebedouro poderá ser fechado se houver necessidade”, observou Moisés Melo.

“Dentro do plano, a coordenação-geral fica a cargo do Governo do Estado e da Defesa Civil Estadual. A coordenação executiva fica com a Defesa Civil Estadual, Municipal e Nacional. Dessa coordenação executiva vai partir a solicitação de recursos, salvamentos e a parte logística para atender a população, a parte social, de acomodação, alojamentos, o que for necessário. A assessoria técnica nós já temos, os cientistas do Serviço Geológico do Brasil, de dois ministérios envolvidos nessas pesquisas e a assessoria técnica do Estado através dos nossos engenheiros, além dos engenheiros contratados pela Prefeitura para a avaliação de todos os prédios e residências em áreas de risco e o cadastramento da população. Todos esses grupos de trabalho já estão montados. Hoje, não faltam recursos para trabalhar nessa situação atípica no bairro do Pinheiro”, afirmou o tenente-coronel.

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O coordenador da Defesa Civil Estadual informou, ainda, que qualquer ocorrência na região do Pinheiro deve ser informada pelo telefone 193, do Corpo de Bombeiros, que integra, junto com o Grupamento Aéreo, o grupo operacional do Plano de Contingência. Segundo Moisés Melo, o principal risco para o bairro no momento é a acomodação de solo abaixo das residências, que pode resultar em desabamentos.

“Caso aconteça algo, a resposta será dada de imediato. As equipes serão acionadas sempre que forem constatados indícios de aumento de risco como o aumento das fissuras no solo. Esse é um dos pontos que estão sendo monitorados diariamente. Será criada a sala de monitoramento nacional aqui em Maceió, a cargo da Defesa Civil Municipal, e dentro dessa competência está a contratação de satélites e de cientistas. Temos trabalhado com a previsão meteorológica, porque tivemos no ano passado duas fortes chuvas que ocasionaram os primeiros tremores. Choveu 63mm em fevereiro e 53mm em março. Depois dessa chuva, veio o abalo sísmico e houve o acionamento dos órgãos para tentar descobrir o que aconteceu. Mas teremos como base para acionamento do grupo operacional o volume de chuva que ocasionou o tremor, de 53mm. Nesse caso, será dado o alerta para que possamos nos reunir a qualquer hora e também acionar as equipes de salvamento”, detalhou Melo.

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De acordo com os estudos da Defesa Civil Estadual e Municipal, dentro da área vermelha, de risco muito alto de acomodação do solo, estão 1.824 pessoas em 493 residências. Na área laranja, de risco alto, estão 4.285 pessoas em 1.158 residências. Na amarela, de risco médio, estão 1.203 pessoas em 325 residências. Na área apontada como de baixo risco, foram registradas 12.787 pessoas em 3.456 residências. No total, o problema atinge direta e indiretamente 20.099 pessoas em 5.432 residências.