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Geólogos alertam moradores do Pinheiro que saiam de casa ao menor sinal de chuva forte

Por G1 AL 10/02/2019 09h09 - Atualizado em 10/02/2019 13h01
Foto: Gazetaweb
Chuvas torrenciais, aquelas com uma grande quantidade de água em um curto período de tempo, podem piorar a situação no bairro do Pinheiro, em Maceió, e até provocar acidentes. O alerta foi feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM)  que também apontou quatro hipóteses para o problema das rachaduras naquela região.

Segundo o geólogo Thales Sampaio, é importante que os moradores que ainda estão na região fiquem atentos à chuva. No último dia 28 de janeiro, por exemplo, choveu em único dia o equivalente a todo o mês. E de abril a julho, ocorre o período da quadra chuvosa.

O geólogo comunicou que as estruturas geológicas observadas no Pinheiro estão absorvendo água, que lubrifica. “Funciona como lubrificante dessas estruturas pra que elas se movimentem. Então, qualquer chuva torrencial no bairro do Pinheiro, qualquer evento crítico do ponto de vista de chuva, qualquer previsão de chuva critica, é importante que as pessoas saibam disso”, comentou.

O alerta do pesquisador é que, antes da chuva, as pessoas deixem, especialmente, as áreas vermelha, laranja e até amarela. “Pode sim acontecer um acidente grave nas áreas, especialmente, em vermelho sem aviso prévio. Aviso prévio significa: a gente sempre fala que a natureza nos avisa, a natureza nos dá aviso que alguma coisa vai acontecer, certo? Significa, que no baixo do Pinheiro, os condicionantes geológicos, a natureza, a crosta da terra tá nos avisando que alguma coisa especial está acontecendo no bairro”, relatou Sampaio.

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Estudos vêm sendo realizados na região desde o surgimento das rachaduras, no início de 2018. Equipes da CPRM chegaram à capital em junho, e trabalham com quatro hipóteses para o problema:

_Características geotécnicas dos solos e forma da ocupação do bairro;
_Presença de vazios (cavidades, cavernas) no solo e subsolo da região, decorrente de causas naturais ou ações humanas;
_Estruturas/feições tectônicas ativas na região (falhas e descontinuidades, por exemplo);
_Extração de água subterrânea.


Até o momento, não foi identificada nenhuma causa concreta para o surgimento desses buracos e rachaduras, que fizeram com que várias pessoas deixassem suas casas. Por isso, a Defesa Civil iniciou um novo estudo, com Audiomagnetotelúrico (AMT), que vai usar eletromagnetismo para avaliar a resistividade do solo em subsuperfície.

"Para que esse estudo seja feito, os técnicos vão olhar se haverá a necessidade de desligar a rede elétrica no bairro. O AMT não pode ter interferência da energia, pois pode interferir nos resultados. Se for necessário, avisaremos à população se cortaremos a alta tensão, que não vai prejudicar os moradores; ou a alta e média, que pode suspender a energia elétrica de 40 minutos a 3 horas", explica Lessa.

Além disso, os novos estudos que serão feitos no bairro vão analisar profundidades de até 1,5 km, abaixo da camada de sal, e devem durar 20 dias. As investigações feitas até agora foram de até, no máximo, 100 metros de profundidade. O objetivo dessa nova abordagem é verificar se o que é visível na superfície tem relação com o que está no subsolo.

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Também em fevereiro será realizado o estudo de gravimetria, que envolve a análise do efeito da gravidade no solo. Os técnicos analisam ainda imagens por satélite, produzidas por uma empresa italiana nos últimos 10 anos, para verificar o deslocamento do bairro nesse período.

A Agência Nacional de Mineração solicitou à Braskem, que tem poços de extração de sal-gema no bairro, que fizesse o sonar de todas as cavernas, para saber da integridade delas. Não há nenhuma comprovação de que a atividade da empresa tenha relação com o problema.

A CPRM disse ainda que as cinco diretorias do órgão estão à disposição do bairro. Ao todo, 53 pessoas ligadas ao Serviço, entre elas 12 geofísicos, atuam na análise do solo da região.