/75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_TOPO |

CGJ oferece palestra a oficiais de registro civil para coibir fraudes do INSS

Por Niel Antonio/Ascom CGJ-AL 26/03/2019 07h07 - Atualizado em 26/03/2019 11h11
Foto: Itawi Albuquerque/Assessoria CGJ-AL
Nesta segunda-feira (25), representantes de cartórios de registro civil de pessoas naturais de Alagoas participaram de uma palestra sobre combate à fraude previdenciária, na Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), ministrada pelo procurador federal e coordenador de assuntos estratégicos da PFE/INSS, Rodrigo Bezerra Dowsley, e pela analista de Seguro Social, Tatiana Silva Barbosa.

Durante a palestra, foram apresentados mecanismos de redução do prazo de comunicação de nascimento e óbito pelo serviço extrajudicial, para evitar que ocorram crimes de estelionato previdenciário, além de garantir às mulheres o salário-maternidade em tempo hábil.

O procurador Rodrigo Dowsley apresentou um panorama da iniciativa em Pernambuco, onde houve uma economia de R$ 3 milhões, somente em novembro de 2018, com a suspensão do pagamento indevido de benefícios após o óbito do beneficiário. Segundo o procurador, a estimativa é que, em PE, se tenha uma economia de R$ 38 milhões ao ano. No Brasil, com a comunicação de óbitos em 24 horas, a estimativa é de redução de R$ 1 bilhão/ano aos cofres públicos.

“Ficamos muito felizes com a proatividade da Corregedoria Geral de Justiça daqui de Alagoas, que nos procurou e já adotou o novo provimento à semelhança do que foi feito em Recife. Acho que todos os estados podem colaborar nesse sentido, principalmente as corregedorias gerais de Justiça, que têm o poder de fiscalização e alguma normatização interna e, com isso, a gente acaba evitando esse pagamento indevido [...] A tendência é que a gente vá aprimorando os mecanismos, os filtros, para evitar o pagamento indevido às fraudes previdenciárias”, comentou o procurador.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_02
Em Alagoas, o Provimento nº 8, de 12 de março de 2019, publicado pelo corregedor-geral da Justiça, Fernando Tourinho, estabelece, dentre outras medidas, que a partir de 1º de abril, os oficiais de registro civil deverão disponibilizar dados de nascimento e óbitos em 24 horas, através do Sistema Nacional de Informações (SIRC). Segundo o corregedor, é preciso contagiar os registradores para que essa sistemática seja implantada em Alagoas.

“Eu senti que os registradores estão querendo cumprir esse provimento. Temos dificuldades, mas a gente vai ter que enfrentá-las em nosso dia a dia, porque a evasão de receita é muito grande por parte do INSS. Não é fácil, mas não é impossível”, ressaltou o corregedor, ao lembrar que compete à Corregedoria o monitoramento para que o provimento seja cumprido.

Um dos problemas apontados pelos registradores de Alagoas é que muitos sepultamentos estão ocorrendo no interior do Estado sem que ocorra o registro de óbito nos cartórios. “Se estão enterrando pessoas sem a certeza do registro de óbito, é motivo de preocupação para a Corregedoria, então nós vamos conversar com a AMA ou com os prefeitos, para que possamos encontrar mecanismos para minimizar esses problemas”, concluiu Fernando Tourinho.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_03
Como os cartórios de Alagoas já são integrados ao SIRC, uma nova versão do sistema foi apresentada pela analista de Seguro Social, Tatiana Barbosa. Segundo ela, a integração e parceria estabelecidas vão beneficiar a sociedade, a exemplo das mulheres com recém-nascidos. “Hoje, a gente concede o salário-maternidade automaticamente. A partir do momento que a certidão de nascimento estiver dentro do SIRC e a segurada for requerer, em 80 segundos a gente consegue conceder o benefício”, disse Tatiana.

Para o oficial de registro Narciso Argolo Souza Júnior, de Anadia, é preciso se adequar ao sistema em benefício da sociedade. “Nós também somos cidadãos e sabemos da importância do cumprimento desse provimento da Corregedoria. Essa questão do rombo da previdência é verídica, então com a comunicação rápida desses registros, evitaremos que essas pessoas recebam o benefício dos falecidos”, disse.

O juiz federal Guilherme Yendo e o procurador federal do INSS, João de Deus Pereira Benício da Silva, enalteceram a iniciativa da Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas, que acontece em parceria com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Procuradoria da Fazenda Nacional e Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). A juíza auxiliar da CGJ, Lorena Sotto-Mayor, responsável pelo Extrajudicial, também participou do encontro.