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AME: Alagoanos criam entidade para apoiar mulheres que são vítimas de violência
Historicamente vistas como seres inferiores aos homens por diversos séculos, as mulheres foram protagonistas na luta pela conquista de seus direitos, sejam eles o de voto, de igualidade salarial ou o direito de ser vista como seres humanos. Hoje, essas lutas ainda existem.
Segundo um estudo realizado pelo Datafolha, no Brasil, 42% das mulheres com idades entre 16 anos ou mais foram vítimas de assedio sexual, fato mais comum entre as mais escolarizadas, representando 57% do total, e as de maior renda, sendo estas 58%. As de menor renda e menor escolaridade encontram-se em 38% e 26%, respectivamente.
Tomando partido contra, não apenas o assédio sexual, mas a todo e qualquer tipo de violência sofrida pelas mulheres no estado de Alagoas, a advogada Julia Nunes, de 30 anos, resolveu tomar uma iniciativa para auxiliar a construção da autoestima feminina, incentivando as vítimas a prosseguirem com a denúncia de seus abusadores.
Após anos fazendo o trabalho de assistência social às vitimas de violência doméstica - com o foco na parte jurídica -, Julia sentiu a falta de um antedimento psicológico, pois queria acolher - palavra chave para a associação ao qual se tornou presidente - e descobrir o porquê das mulheres desistirem de denunciar.
De acordo com a advogada, a maioria das abdicações surge de pessoas com renda baixa, o que ocasiona a desistência por não ter alternativas de sustento sem a ajuda do marido e, por isso, as vítimas retornam a um ambiente domiciliar hostil.
Perante este cenário, surgiu a Associação Para Mulheres (AME), projeto que será oficialmente lançado dentro de 40 dias e está em desenvolvimento com a ajuda de diversos colaboradores, buscando fortalecer o público feminino psicológica e financeiramente, incentivando-o a prosseguir com as denúncias.
Localizada na sala 620 do Edifício The Square, no bairro da Jatiúca, a AME conta com uma equipe completa, sendo três psicólogos, três assistentes sociais, três psiquiatras, três delegados e um médico especialista em estética, para casos onde a violência deixa marcas visíveis, o que diminui a autoestima da mulher.
"Quanto mais mulheres denunciarem, poderemos tratar o problema de imediato. Um aplicativo, já em fase de desenvolvimento, contará com informações sobre os direitos da mulher, formas de denúncia e locais onde as ocorrências de assédio e abuso são mais frequentes, para podermos mapear a violência e atender o maior número de pessoas", anunciou Julia.
Fora o atendimento especializado para as mulheres, a associação também pretende atender aos familiares, buscando dar um local para abrigar as vítimas de violência em uma casa de passagem - proposta ainda não vigente, mas encaminhada para o projeto final da AME.
"Acolheremos os familiares porque a violência atinge além da própria vítima. Faremos o tratamento de maneira geral, mas o nosso foco é a mulher", constatou a presidente.
Conscientização do "eu"
Utilizando-se de suas redes sociais para disseminar as propostas da AME, Júlia Nunes constatou uma incongruência no posicionamento de suas seguidoras. "No Instagram, fiz algumas enquetes par saber se algum ex já chamou a mulher de louca ou se estas mulheres já sofrerem agressões. A maioria diz que sim para o primeiro questionamento, porém, quando pergunto se elas já sofreram violência, a maioria nega".
Buscando esclarecer sobre as lutas e desafios enfrentados por toda a sua classe, a Secretária da Secretaria da Mulher e Direitos Humanos (Semudh), Maria Silva, deu algumas palavras sobre o significado de ser mulher e as dificuldades vivenciadas por elas na sociedade ao longo da história.
"Nós, mulheres, somos parte essencial de um todo. Assim, vivemos em comunhão com os demais seres, e necessitamos dos mesmos princípios de vida que homens, que a natureza, os animais: respeito, amor, igualdade de condições, saúde, educação, etc.. Ocorre que, ao longo da história, na maioria das culturas, fomos ceifadas de viver a plenitude, de experimentar direitos e deveres. Para manter a mulher sob domínio as sociedades oprimiram e ainda oprimem por meio da violência física, religiosa, psicológica, moral", diz Maria Silva.
"Temos ainda um longo caminho no enfreamento à violência contra a mulher, e todas as outras formas de opressão, pois temos que lembrar que a nossa sociedade é toda formatada para atender as necessidades do machismo histórico e cultural em detrimento da mulher. O trabalho é árduo e longo, envolve educar nossas crianças para que sejam adultos melhores, com mais respeito e dignidade às mulheres", completa.
No estado de Alagoas e em alguns estados vizinhos ainda não existe nenhuma iniciativa articulada como a Associação Para Mulheres. Em alguns casos, pessoas de Pernambuco demonstraram interesse em participar do projeto aqui no estado.
Com a promessa de ser inaugurada nos próximos meses, a AME marca o inicio de uma luta direta contra a violência doméstica no estado de Alagoas, que não conta, ainda, com uma inciativa pública eficiente para resolver o problema.
Segundo um estudo realizado pelo Datafolha, no Brasil, 42% das mulheres com idades entre 16 anos ou mais foram vítimas de assedio sexual, fato mais comum entre as mais escolarizadas, representando 57% do total, e as de maior renda, sendo estas 58%. As de menor renda e menor escolaridade encontram-se em 38% e 26%, respectivamente.
Tomando partido contra, não apenas o assédio sexual, mas a todo e qualquer tipo de violência sofrida pelas mulheres no estado de Alagoas, a advogada Julia Nunes, de 30 anos, resolveu tomar uma iniciativa para auxiliar a construção da autoestima feminina, incentivando as vítimas a prosseguirem com a denúncia de seus abusadores.
Após anos fazendo o trabalho de assistência social às vitimas de violência doméstica - com o foco na parte jurídica -, Julia sentiu a falta de um antedimento psicológico, pois queria acolher - palavra chave para a associação ao qual se tornou presidente - e descobrir o porquê das mulheres desistirem de denunciar.
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Perante este cenário, surgiu a Associação Para Mulheres (AME), projeto que será oficialmente lançado dentro de 40 dias e está em desenvolvimento com a ajuda de diversos colaboradores, buscando fortalecer o público feminino psicológica e financeiramente, incentivando-o a prosseguir com as denúncias.
Localizada na sala 620 do Edifício The Square, no bairro da Jatiúca, a AME conta com uma equipe completa, sendo três psicólogos, três assistentes sociais, três psiquiatras, três delegados e um médico especialista em estética, para casos onde a violência deixa marcas visíveis, o que diminui a autoestima da mulher.
"Quanto mais mulheres denunciarem, poderemos tratar o problema de imediato. Um aplicativo, já em fase de desenvolvimento, contará com informações sobre os direitos da mulher, formas de denúncia e locais onde as ocorrências de assédio e abuso são mais frequentes, para podermos mapear a violência e atender o maior número de pessoas", anunciou Julia.
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"Acolheremos os familiares porque a violência atinge além da própria vítima. Faremos o tratamento de maneira geral, mas o nosso foco é a mulher", constatou a presidente.
Conscientização do "eu"
Utilizando-se de suas redes sociais para disseminar as propostas da AME, Júlia Nunes constatou uma incongruência no posicionamento de suas seguidoras. "No Instagram, fiz algumas enquetes par saber se algum ex já chamou a mulher de louca ou se estas mulheres já sofrerem agressões. A maioria diz que sim para o primeiro questionamento, porém, quando pergunto se elas já sofreram violência, a maioria nega".
Buscando esclarecer sobre as lutas e desafios enfrentados por toda a sua classe, a Secretária da Secretaria da Mulher e Direitos Humanos (Semudh), Maria Silva, deu algumas palavras sobre o significado de ser mulher e as dificuldades vivenciadas por elas na sociedade ao longo da história.
"Nós, mulheres, somos parte essencial de um todo. Assim, vivemos em comunhão com os demais seres, e necessitamos dos mesmos princípios de vida que homens, que a natureza, os animais: respeito, amor, igualdade de condições, saúde, educação, etc.. Ocorre que, ao longo da história, na maioria das culturas, fomos ceifadas de viver a plenitude, de experimentar direitos e deveres. Para manter a mulher sob domínio as sociedades oprimiram e ainda oprimem por meio da violência física, religiosa, psicológica, moral", diz Maria Silva.
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No estado de Alagoas e em alguns estados vizinhos ainda não existe nenhuma iniciativa articulada como a Associação Para Mulheres. Em alguns casos, pessoas de Pernambuco demonstraram interesse em participar do projeto aqui no estado.
Com a promessa de ser inaugurada nos próximos meses, a AME marca o inicio de uma luta direta contra a violência doméstica no estado de Alagoas, que não conta, ainda, com uma inciativa pública eficiente para resolver o problema.
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