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Polícia vai indiciar marido de Caroline Bittencourt

Por Redação com G1 07/05/2019 14h02 - Atualizado em 07/05/2019 17h05
Carol Bittencourt morreu ao cair no mar durante vendaval em Ilhabela, Litoral de SP - Foto: Reprodução/Instagram
A morte da modelo Caroline Bittencourt é investigada pela Polícia Civil. Nessa segunda-feira (6), cerca de uma semana após o acidente, o delegado responsável pelo inquérito informou que vai indiciar o marido dela, Jorge Sestini, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A modelo Caroline Bittencourt morreu após cair da lancha onde estava com o marido, em Ilhabela. O acidente ocorreu enquanto eles velejavam pelo canal de São Sebastião no dia 28 de abril. Um vendaval, com ventos de mais de 120 km/h, atingiu o litoral norte na ocasião. O corpo dela foi achado no dia seguinte, perto da praia das Cigarras São Sebastião.

A polícia investiga detalhes sobre a dinâmica do acidente, que teve como única testemunha o marido de Carol, o empresário Jorge Sestini. Segundo nota publicada pela filha da vítima, a modelo e dois cachorros caíram na água levados pela força do vento. O marido pulou na água para tentar resgatá-la, mas ela não aguentou se manter nadando.

Carol Bittencourt caiu na água por volta de 17h, horário em que o vendaval atingiu o litoral norte. O retorno dela e de Jorge à marina em São Sebastião, onde encerrariam a viagem de fim de semana ao arquipélago, estava previsto para 17h30.

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Às 17h15, Lenildo de Oliveira, o dono da marina, disse que tentou contato com Jorge e que ele não respondeu mais. A última comunicação entre eles foi às 15h44 do dia do acidente, quando Jorge respondeu agradecendo um alerta sobre mau tempo.

Após nadar por cerca de três horas no mar revolto, com 'grandes ondas', conforme relatou à polícia no registro do boletim de ocorrência, Jorge foi encontrado por um marinheiro que velejava pelo canal. Esse marinheiro contou, em depoimento, que ouviu um grito de Jorge e o localizou na escuridão - já tinha anoitecido. Ele foi socorrido em estado de choque.

Dois depoimentos foram oficialmente colhidos pela Polícia Civil no inquérito aberto para investigar a morte da modelo. O primeiro foi o do dono da marina Lemar, Lenildo de Oliveira. No mesmo dia, na segunda-feira (6), foi ouvido na delegacia em São Sebastião o marinheiro responsável pelo resgate de Jorge, Matias Gomes.

Após os dois primeiros depoimentos e coleta de provas, o delegado Vanderlei Pagliarini considerou que houve "negligência" de Jorge Sestini. Isso porque uma conversa no WhatsApp, apresentada por Lenildo à polícia, mostra que o marido confirmou ter recebido o alerta de mau tempo e, mesmo assim, lançou-se ao mar. Além disso, os coletes salva-vidas foram encontrados com a embarcação naufragada e o corpo da modelo estava sem o equipamento de segurança.

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Uma carta precatória, com ordem para o interrogatório de Jorge, foi expedida pelo delegado para que ele preste depoimento na capital. Ainda não há data agendada para a oitiva. Na ocasião, o empresário vai ser informado formalmente sobre o indiciamento. Ele não quis comentar o assunto.

Achada no dia seguinte ao acidente, abandonada à deriva por Jorge quando ele saltou para tentar resgatar Caroline, a lancha de 5 metros (17 pés) virou e afundou. Ela foi encontrada em Caraguatatuba, a cerca de 16 quilômetros de onde Carol caiu. Rebocada, a lancha está na marina Le-Mar, onde foi periciada pela Marinha.

O inquérito não tem prazo definido para ser concluído, mas a expectativa do delegado é que seja nos próximos dias. Ele aguarda o interrogatório de Jorge e pediu à Marinha todos os documentos da embarcação e da licença do marido para conduzir a lancha.

A Marinha afirmou apenas que não havia nenhuma irregularidade administrativa envolvendo o veículo e o condutor. O laudo necroscópico também é aguardado para confirmar a morte de Caroline por afogamento.

São dois inquéritos. Um deles, o da polícia, investiga a eventual responsabilidade criminal pela morte da modelo. Já o procedimento da Marinha, apura a dinâmica do acidente no mar e questões administrativas, como as licenças da embarcação e do condutor. Não há prazo para conclusão de ambos.