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Taxas de homicídios de jovens e de negros em Alagoas ficaram entre as maiores do país em 2017
Um levantamento, divulgado nesta quarta-feira (5), mostra Alagoas entre os estados do país com as piores taxas de homicídios de jovens do sexo masculino com idades entre 15 e 29 anos e também de pessoas negras.
Nos dois recortes, o estado teve a 4ª taxa mais alta em 2017. Os dados são do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No total, Alagoas teve 53,7 mortes a cada 100 mil habitantes naquele ano, isso representa um total de 1.813 homicídios, 0,9% a menos do que o ano anterior. O índice do país ficou em 31,6.
Embora o índice seja alto, a média geral não foi das maiores. O estado ficou em 7º lugar em relação às outras unidades da federação.
Porém, quando o estudo é direcionado para públicos específicos, a situação piora.
Violência contra negros
Em 2017, foram assassinadas 67,9 pessoas negras a cada 100 mil habitantes em Alagoas, uma redução de 2,6% em relação ao ano anterior. O estado só perde para Rio Grande do Norte (87), Ceará (75,6), Pernambuco (73,2) e Sergipe (68,8).
Em todo o país, a taxa de homicídios de negros foi de 43,1, ao passo que a taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16.
Esse índice demonstra um aprofundamento da desigualdade racial nos indicadores de violência letal no Brasil. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos negros (a soma de pretos e pardos, segundo a classificação do IBGE, utilizada também pelo sistema do Ministério da Saúde).
“A desigualdade racial dos homicídios fica evidenciada no caso de Alagoas. Na última edição do Atlas, já havíamos apontado que esse estado apresentava a maior diferença na letalidade entre negros e não negros. Contudo, este fosso foi ampliado ainda mais em 2017, quando a taxa de homicídios de negros superou em 18,3 vezes a de não negros. De fato, é estarrecedor notar que a terra de Zumbi dos Palmares é um dos locais mais perigosos do país para indivíduos negros, ao mesmo tempo que ostenta o título do estado mais seguro para indivíduos não negros (em termos das chances de letalidade violenta intencional), onde a taxa de homicídios de não negros é igual a 3,7 mortos a cada 100 mil habitantes deste grupo. Em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, dizem os pesquisadores.
Jovens homens entre 15 e 29 anos
Assim como no recorte anterior, a taxa de mortes de jovens do sexo masculino com idades entre 15 e 29 anos também foi a 4ª maior do país: 252,3 homicídios a cada 100 mil habitantes. Isso representa um aumento de 5,1% na comparação com 2016.
O estado fica atrás apenas do Rio Grande do Norte (281,9), Ceará (262,6) e Pernambuco (255,4). No Brasil, a taxa ficou em 130,4 homicídios de jovens a cada 100 mil habitantes.
Para os pesquisadores, no atual cenário, em que está em curso a mais profunda transição demográfica da história, rumo ao envelhecimento da população, a alta letalidade de jovens gera fortes implicações, inclusive sobre o desenvolvimento econômico e social.
“De fato, a falta de oportunidades, que levava 23% dos jovens no país a não estarem estudando nem trabalhando em 2017, aliada à mortalidade precoce da juventude em consequência da violência, impõe severas consequências sobre o futuro da nação”, dizem.
Nos dois recortes, o estado teve a 4ª taxa mais alta em 2017. Os dados são do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No total, Alagoas teve 53,7 mortes a cada 100 mil habitantes naquele ano, isso representa um total de 1.813 homicídios, 0,9% a menos do que o ano anterior. O índice do país ficou em 31,6.
Embora o índice seja alto, a média geral não foi das maiores. O estado ficou em 7º lugar em relação às outras unidades da federação.
Porém, quando o estudo é direcionado para públicos específicos, a situação piora.
Violência contra negros
Em 2017, foram assassinadas 67,9 pessoas negras a cada 100 mil habitantes em Alagoas, uma redução de 2,6% em relação ao ano anterior. O estado só perde para Rio Grande do Norte (87), Ceará (75,6), Pernambuco (73,2) e Sergipe (68,8).
Em todo o país, a taxa de homicídios de negros foi de 43,1, ao passo que a taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16.
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“A desigualdade racial dos homicídios fica evidenciada no caso de Alagoas. Na última edição do Atlas, já havíamos apontado que esse estado apresentava a maior diferença na letalidade entre negros e não negros. Contudo, este fosso foi ampliado ainda mais em 2017, quando a taxa de homicídios de negros superou em 18,3 vezes a de não negros. De fato, é estarrecedor notar que a terra de Zumbi dos Palmares é um dos locais mais perigosos do país para indivíduos negros, ao mesmo tempo que ostenta o título do estado mais seguro para indivíduos não negros (em termos das chances de letalidade violenta intencional), onde a taxa de homicídios de não negros é igual a 3,7 mortos a cada 100 mil habitantes deste grupo. Em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, dizem os pesquisadores.
Jovens homens entre 15 e 29 anos
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O estado fica atrás apenas do Rio Grande do Norte (281,9), Ceará (262,6) e Pernambuco (255,4). No Brasil, a taxa ficou em 130,4 homicídios de jovens a cada 100 mil habitantes.
Para os pesquisadores, no atual cenário, em que está em curso a mais profunda transição demográfica da história, rumo ao envelhecimento da população, a alta letalidade de jovens gera fortes implicações, inclusive sobre o desenvolvimento econômico e social.
“De fato, a falta de oportunidades, que levava 23% dos jovens no país a não estarem estudando nem trabalhando em 2017, aliada à mortalidade precoce da juventude em consequência da violência, impõe severas consequências sobre o futuro da nação”, dizem.
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