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Vigilância Sanitária alerta que consumo da carne de baleia encalhada em Salvador pode trazer riscos à saúde

Por G1 03/09/2019 19h07 - Atualizado em 03/09/2019 22h10
Foto: Reprodução/G1
Um vídeo divulgado em redes sociais mostram algumas pessoas fazendo um churrasco com a carne da baleia que morreu ao encalhar no bairro de Coutos, no subúrbio de Salvador. O animal tinha 39 toneladas e morreu na manhã de sexta-feira (30).

"Olha aqui que viagem. Carne de baleia. Tá ligado? Não passa nada", diz um homem que aparece no vídeo fazendo o churrasco.

Pescadores que trabalham na região contaram que, desde que a baleia morreu, muitas pessoas estiveram na praia para pegar a carne do animal e levar para casa.

"Foi muita gente, foi uma novidade. Não [consumi] porque não sabemos o que aconteceu para ela [baleia] parar aqui", disse o pescador Luís.

Durante entrevista para a TV Bahia, um dos moradores do bairro afirmou que a carne do animal parece com a de vaca.

"Parece carne de vaca. Parece [o corte de] cruz machado. Quando a gente vê o animal se debatendo fica com pena do animal. Para pegar com consumo é difícil", disse um dos moradores.

Uma outra moradora, que também pegou a carne da baleia, afirmou que usaria para alimentar os cachorros.

"Peguei para cozinhar para o cachorro. Ninguém come aqui não. Deus é mais", disse.

Segundo Erivaldo Queiroz, fiscal da Vigilância Sanitária, as pessoas que consomem a carne correm o risco de contaminação por alguma toxina.

"É um risco grande. Antes de morrer, a baleia já vinha agonizando, com problema de saúde. Esse animal traz micro-organismos de onde ele veio anteriormente. Essas pessoas que vão consumir a carne podem ter problemas de saúde. Pode ser uma leve diarreia, uma indisposição, mas pode ser um processo mais grave de intoxicação", informou.

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Queiroz alerta que, apesar das altas temperaturas durante o cozimento, o risco de liberação de micro-organismos é grande.

"Mesmo que a carne seja assada ou cozida, os micro-organismos liberam, muitas vezes, toxinas. Muitas vezes elas não se deterioram com a temperatura. Como é um animal que a gente não costuma se alimentar, é um carne diferente do que a gente está acostumado, a Vigilância Sanitária recomenda que não se alimente com ela", completou.

Caso


A baleia, um animal adulto com cerca de 15 metros de comprimento e 39 toneladas, foi encontrada com vida, na sexta-feira (30). Os moradores tentaram ajudar jogando água nela, e equipes do Instituto Baleia Jubarte também prestaram atendimento, mas o animal morreu horas depois.

No fim da tarde de segunda, a baleia foi levada para a praia de Tubarão, que fica na mesma região, para facilitar a retirada do animal. Cerca de 10 toneladas já foram removidas desde o sábado (31).

O reboque foi feito com uso de um barco, depois de algumas tentativas sem sucesso de remover o animal diretamente de Coutos, por conta da dimensão da baleia e também do difícil acesso à praia.
Na quinta-feira, outra jubarte já havia sido encontrada morta na praia de Plataforma, a cerca de 8 km de Coutos.

No sábado, moradores chegaram a pegar pedaços de carne do animal, para consumo.

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Por conta da decomposição do animal, moradores do entorno relataram muito mau cheiro e medo de doenças, na segunda-feira (2).