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Óleo que atinge praias do Nordeste é petróleo, diz Ibama

Por Folhapress 27/09/2019 08h08 - Atualizado em 27/09/2019 11h11
Foto: Divulgação
No começo de setembro, manchas de óleo começaram a aparecer em praias do Nordeste. De lá para cá, as manchas foram identificadas em pelo menos 105 locais de 46 municípios em oito estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Entre as praias atingidas estão alguns dos destinos turísticos mais famosos do Nordeste, como Pipa e Natal (RN), Carneiros, Porto de Galinhas e Boa Viagem (PE), e João Pessoa (PB).

Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a análise das amostras do óleo feitas pela Petrobras e pela Marinha revelou que a substância é petróleo e não é de origem brasileira. Em nota, a Petrobras afirma que o material encontrado não é produzido e nem comercializado pela empresa, mas não explica como a análise foi feita.

A fauna também foi afetada pela presença do óleo. Em cinco estados, foram encontradas mortas seis tartarugas marinhas e uma ave (Bobo-pequeno). Outras duas tartarugas foram resgatadas com vida.O Ibama pediu ajuda da Petrobras para limpar as praias atingidas, e a empresa deve destacar cem funcionários para a função.

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Em nota, o órgão aponta que a situação no Rio Grande Norte, estado em que manchas foram vistas em pelo menos 43 localidades, está estável e que o grupo de comando das investigações foi transferido para o Maranhão, onde o surgimento de novas manchas já foi relatado em pelo menos dez locais.

As primeiras manchas apareceram no dia 2 de setembro em Pernambuco. Desde então, o CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) está investigando em conjunto com a UEPE (Universidade Estadual de Pernambuco) a origem do petróleo. A hipótese é que o produto tenha sido descartado de forma ilegal em alto mar há mais de um mês. O ICMBio e a Marinha estão investigando o caso.



Eduardo Elvino, diretor de controle de fontes poluidoras da CPRH que estuda o problema desde o início em parceria com a UFPE, diz que será possível dizer com precisão onde ocorreu o vazamento ou o descarte do óleo dentro de no máximo 20 dias, o que poderá indicar qual foi a embarcação responsável.

Nessa investigação os pesquisadores utilizam o que Elvino chamou de modelagem matemática associada à análise de correntes marítimas e de direção e velocidade do vento. Com essas informações foi possível afirmar que as manchas de petróleo estão se deslocando 30 cm por hora.

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Além disso, Elvino aponta que as manchas não seguirão, necessariamente, para a Bahia e o Sudeste. A tendência é que o óleo siga para o norte do país. No Nordeste, apenas o estado da Bahia não foi afetado.O Ibama orienta que banhistas e pescadores não entrem em contato com o óleo e que, se identificarem o material, notifiquem a prefeitura. Caso cidadãos encontrem animais com óleo, devem acionar órgãos ambientais. Esses animais não devem ser lavados e devolvidos ao mar.

Na manhã de quarta-feira (25), as manchas chegaram a Sergipe. A praia de Ponta dos Mangues, no município de Pacatuba, amanheceu coberta pelo material.

A área atingida fica perto da reserva biológica de Santa Isabel, na cidade litorânea de Pirambu. Essa unidade de conservação é dos principais pontos do projeto Tamar, executado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) que atua na preservação de espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção.