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'Dava facada nela e ria', diz babá de menina morta a caminho da escola

Por G1 30/10/2019 17h05 - Atualizado em 30/10/2019 20h08
Foto: Reprodução/TV Globo
“Assim que eu passei a esquina da Neuza Dutra, ele deu a primeira facada nela. Ela foi e caiu segurando a minha mão. Eu falei para o irmão dela: ‘corre’. Ele [Moabe] só dava facada nela e ria, dava risadas”, relatou a babá, Brenda Souza de Andrade, que estava com a menina que foi assassinada em Betim, na Grande BH, na manhã desta quarta-feira (30).

A babá seguia com o casal de irmãos para o Centro Infantil Municipal Silvina Júlia de Carvalho, no bairro Vila Cristina, quando Moabe Edon Pinto Nogueira Souto, de 25 anos, atacou Ieda Izabel Manoel Peres, de 5. O crime foi na Rua Perdões, ao lado do Colégio Neuza Dutra.

De acordo com a Polícia Militar (PM), não há qualquer relação entre o suspeito e a família da criança. A mãe do jovem disse que ele tem esquizofrenia. Aos militares, Moabe afirmou que cometeu o crime a mando de uma entidade e que estava fazendo um pacto com o diabo. Ele teria ouvido uma voz ordenando o assassinato.

A PM informou que o suspeito usava tornozeleira eletrônica, era usuário de drogas e tinha passagens pela polícia por porte de drogas e tráfico. Ele havia saído da prisão há dois meses, mas, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), não era mais monitorado pela Justiça.

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"Houve um fato na parte interna do presídio em que ele mostrou muita risada, da mesma forma que foi feito hoje quando ele praticou o crime. Isso chamou a atenção dos detentos que estavam na mesma cela", disse nesta quarta o major da PM Paulo Roberto.

Vizinhos contaram que populares tentaram linchar o homem antes de ele ser preso. De acordo com o boletim de ocorrência, quando os policiais chegaram ao local, Moabe estava ferido. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresópolis com lesões leves, onde contou que havia passado a noite fumando crack.

Depois de ser atendido por um médico, Moabe foi preso e conduzido a um batalhão da PM. A Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios de Betim.

Major Paulo Roberto contou ainda que a mãe do suspeito desmaiou ao saber da notícia. "Ele estava sendo medicado. A mãe relata que houve o agendamento de uma consulta e o médico psiquiatra constatou que a medicação não estava sendo suficiente. Estava levando o autor a ter surtos demorados, a agir de forma mais agressiva com os familiares, dentro de casa", completou o policial.

O município de Betim decretou luto oficial nesta quarta-feira. De acordo com a prefeitura, as aulas no Centro Infantil Municipal Silvina Júlia de Carvalho estão suspensas e serão retomadas na segunda-feira (4). Nas demais unidades educacionais da cidade, as atividades seguem normalmente.