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MEC revoga portaria que extinguia política de cotas na pós-graduação

23/06/2020 07h07 - Atualizado em 23/06/2020 10h10
Foto: Reprodução
O Ministério da Educação (MEC) revogou, nesta terça-feira (23/06), a portaria assinada pelo ex-ministro Abraham Weintraub, que extinguia a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência nos cursos de pós-graduação. A medida, assinada pelo ministro interino da pasta, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
A decisão de acabar com a inclusão foi a última tomada por Abraham Weintraub como ministro da Educação. O então chefe da pasta publicou o ato com apenas dois artigos: um determinando o cancelamento. Outro indicando a vigência imediata.

Portaria foi assinada por ministro interino
A medida do ministro da Educação contrariava, por exemplo, entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou, em 2012, a constitucionalidade das políticas de ações afirmativas. A Lei nº 12.990, de junho de 2014, reservou 20% das vagas aos negros no serviço público federal. A norma cita que as “ações afirmativas na graduação não são suficientes para reparar ou compensar efetivamente as desigualdades sociais resultantes de passivos históricos ou atitudes discriminatórias atuais”.


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Weintraub foi na contramão do que foi adotado na Universidade de Brasília (UnB). A instituição aprovou no começo deste mês a política de cotas para indígenas, quilombolas e negros na pós-graduação, como revelou o Metrópoles. A decisão foi tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão 17 anos após a aprovação de cotas para negros na graduação.

De acordo com a resolução, serão destinadas 20% das vagas de cada edital para candidatos negros a ingresso em cursos de mestrado e doutorado. Para indígenas e quilombolas, será criada ao menos uma vaga adicional em cada programa de pós-graduação. As universidades têm autonomia para determinar esse tipo de política.