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Pai de santo e esposa passaram noite no motel depois da morte de mulher trans; entenda

Por G1 14/08/2020 19h07 - Atualizado em 14/08/2020 22h10
Foto: Carlos Dias/G1
O casal preso suspeito de matar carbonizada a trans Vick Santos, de 22 anos, em Itu (SP), passou a noite em um motel de Sorocaba (SP) depois do crime. A Justiça renovou a prisão temporária do pai de santo e da esposa, dona de uma pensão para trans e travestis.

Douglas José Gonçalves confessou o crime e a esposa dele, Natasha Oliveira, também permanece presa depois que a Justiça negou o habeas corpus pedido pela defesa. Durante a reconstituição, o homem deu detalhes sobre o assassinato da vítima.

Segundo apurado com exclusividade pelo G1, os dois ficaram no motel por cerca de 8 horas e consumiram bebida alcoólica, café e cigarro.

O crime ocorreu de madrugada, em uma estrada de terra sem movimento de carros. A entrada do casal no motel foi registrada às 5h14 com saída 13h.

Enquanto os dois estavam hospedados, o corpo da vítima foi encontrado na estrada, sem documentos, carbonizado e com marcas de enforcamento.

Reconstituição

A reconstituição do assassinato foi feita em dois lugares. O primeiro foi em uma chácara, na zona norte de Sorocaba, onde também funcionava um terreiro. Douglas afirmou que a matou no local durante uma briga.

Ele alegou à polícia que, na ocasião, se deparou com a trans na porta da chácara do casal e Vick teria o ameaçado. Uma desavença por dívidas teria sido a causa da discussão.

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Douglas contou que conseguiu enrolar um lençol no pescoço de Vick com uma técnica de artes marciais. Horas depois, ele afirmou que foi até uma pousada onde estava Natasha e contou sobre a versão.

Segundo apurado pelo G1, Natasha mantinha uma pensão e é suspeita de gerenciar mulheres trans e travestis em um bairro nobre, onde Vick também foi moradora.

Crime

Conforme o relato de Douglas, o corpo da trans foi colocado no carro e deixado na área rural de Itu. Em seguida, foi ateado fogo com a intenção de despistar a investigação.

Rodeado de policiais e peritos, no dia da reconstituição Douglas abriu o porta-malas e usou uma garrafa e um papel para simular a sequência do assassinato. Em determinado momento, ele revelou que os dois passaram em um posto de combustíveis e que usou gasolina e uma nota de R$ 2 para atear fogo ao corpo.

A vítima foi encontrada carbonizada no dia 28 de maio, em uma estada. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima também foi estrangulada.

Ao G1 o advogado do casal afirmou que em relação ao Douglas trata-se de legítima defesa ou homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

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Sobre Natasha, o advogado Michel Borges Michelini sustenta que ela não participou do homicídio. O carro usado no crime foi apreendido e passou por perícia para identificar a existência de sangue. O caso corre sob sigilo.