'Estrela de Natal'? Júpiter e Saturno se alinham em fenômeno raro visto há cerca de 800 anos
Evento celeste marca fim de 2020
O fim do ano nos reserva dois grandes eventos celestes, um deles ocorrido nessa segunda-feira (14), com o eclipse solar visível do Brasil, e culminando no dia 21, com um encontro raro entre Júpiter e Saturno que fará com que pareçam ser praticamente um só astro – algo que não se vê no céu há uns 800 anos.
Passado o eclipse, nosso olhar se volta para o céu noturno, conforme Júpiter e Saturno vão se aproximando, dia após dia, até parecerem ser praticamente um só, separados por apenas um décimo de grau, na noite do dia 21.
Conforme Terra, Júpiter e Saturno giram no carrossel do Sol, vez por outra ocorre um alinhamento que coloca os dois planetas aparentemente próximos em nosso céu. Isso acontece como reloginho a cada 19,6 anos. Mas nem todas as conjunções são tão espetaculares.
A última que teve tamanha aproximação foi em 1623, mas na ocasião o evento acabou alinhado com a própria posição do Sol, impedindo sua observação. Um encontro dessa magnitude, visível no céu noturno, ocorreu pela última vez em 1226! A próxima do mesmo naipe não vai demorar tanto assim, mas não prenda a respiração: 2080.
Com tudo isso, tem gente chamando esta grande conjunção de “estrela de natal”. Não chega a ser um absurdo, uma vez que alguns astrônomos acreditam que o mito da “estrela de Belém” pode ter sido inspirado por uma conjunção desse tipo, talvez uma entre Vênus e Júpiter (os dois planetas mais brilhantes no céu), ocorrida nos anos 3 ou 2 a.C.
Para encontrar os dois planetas, procure-os ao longo dos próximos dias na direção sudoeste, cerca de uma hora após o anoitecer, culminando com a grande conjunção do dia 21. E, seja qual for o simbolismo que você queira dar ao evento (humanos têm essa mania), será uma bela vista para encerrar este ano tão difícil, com a esperança de que coisas mais belas virão em 2021.