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Para advogado de Flordelis, confissão de filha enfraquece acusação contra a deputada

Acusada pelo Ministério Público do Rio de ser a mandante do assassinato, a parlamentar é ré no processo

Por da redação com Extra 23/01/2021 10h10
Flordelis e o marido, o pastor Anderson Carmo, morto no domingo, 16 de junho - Foto: Reprodução/ Facebook

Advogado de Flordelis, Anderson Rollemberg afirmou, em entrevista nesta sexta-feira, que o fato de Simone dos Santos, filha biológica da deputada federal, ter confessado um pagamento para matar o pastor Anderson do Carmo tira qualquer responsabilidade de sua cliente no caso. Acusada pelo Ministério Público do Rio de ser a mandante do assassinato, a parlamentar é ré no processo.

Ainda de acordo com Rollemberg, Flordelis, que acompanhou o depoimento de Simone à Justiça, ficou “extremamente abalada” com a revelação da filha.

Simone dos Santos admitiu ter dado dinheiro para a irmã adotiva Marzy Teixeira tramar a morte de seu padastro, assassinado com vários tiros em junho de 2019. Ela alegou que tomou a iniciativa por desespero, uma vez que não aguentava mais supostas abordagens sexuais feitas pela vítima.

As declarações foram dadas durante a retomada dos interrogatórios dos acusados de envolvimento no homicídio, após o recesso do Judiciário. Flordelis é acusada pelo Ministério Público do estado de ser a mentora do crime. Simone disse que não elaborou um plano para matar o pastor, mas afirmou ter pago R$ 5 mil para Marzy fazê-lo.

A filha biológica de Flordelis disse que, depois de ter sido diagnosticada com câncer, em 2012, começou a receber investidas da vítima:

— Anderson me falava para olhar para ele com carinho. Disse que, se eu não andasse na sua cartilha, não pagaria meu tratamento.

Ela disse ainda que flagrou Anderson se masturbando aos pés de sua cama e afirmou que o pastor entrava em seu quarto “de manhã e de noite”. Simone alegou que, apesar de dado os R$ 5 mil para Marzy, não sabe se a irmã contratou alguém para cometer o crime.

Questionada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, Simone negou que Flordelis soubesse de sua intenção de matar o pastor. Ela também disse que não teve coragem de falar com a mãe sobre as investidas do padastro.

— Ela era cega, apaixonada por ele — justificou.

Simone ainda admitiu que, depois do assassinato, jogou no mar os celulares de Anderson, Flordelis e Flávio dos Santos, irmão que está preso sob a acusação de ter atirado no pastor.

Marzy também foi ouvida, e confessou ter dado R$ 5 mil a um outro irmão, Lucas dos Santos, para matar Anderson.