Alerj aprova criação de "superferiado" no RJ e mantém autonomia de cidades
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou hoje (23) o projeto de lei que antecipa feriados e cria um "superferiado" de dez dias (contando os finais de semana) — começa nesta sexta (26) e só termina no Domingo de Páscoa (4). Dos 70 deputados, seis votaram contrários a proposição. O projeto segue agora para sanção do governador em exercício do estado, Claudio Castro (PSC).
Os feriados de Tiradentes (21 de abril) e São Jorge (23 de abril) serão transferidos para os dias 29 e 30 de março, respectivamente. Com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas nesse período, a medida também criou três feriados nos dias 26 e 31 de março e 1º de abril.
O projeto de lei não afeta o funcionamento das unidades de saúde, assistência social, segurança pública, serviços funerários, igrejas e templos, além de outras atividades consideradas essenciais e atividades de trabalho exclusivamente remotas.
Pela nova redação, o governo fluminense e as prefeituras serão responsáveis por estabelecer normas de funcionamento e fechamento durante o período. Em caso de divergências, valem as medidas que forem mais restritivas, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo a autonomia dos municípios.
"Essa matéria não teve vencidos nem vencedores. Essa matéria é para dar autonomia, já existente na Constituição, aos municípios e aos prefeitos nas últimas decisões. Não é saber quem tá certo ou quem tá errado, não é o momento de ter razão, o momento é de ter juízo", comentou o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT).
Ao todo, o PL recebeu 47 emendas. Dessas, 25 foram acatadas pela Comissão de Constituição e Justiça da Alerj.
O projeto foi encaminhado pelo Palácio Laranjeiras como uma maneira de frear a escalada da pandemia e não prejudicar o comércio.
Na capital, o prefeito Eduardo Paes (DEM) publicou um decreto em um edição extraordinário do Diário Oficial de segunda (22) que dispõe sobre as restrições na cidade durante o feriado.
Bares e restaurantes só podem funcionar para entrega em domicílio (delivery), retirada em balcão (take-away) ou drive-thru. O consumo no local está proibido. Academias também podem funcionar, mas somente para atividades individuais. Veja outras medidas para a cidade do Rio de Janeiro:
Não poderão funcionar:
lojas de comércio não essencial;
shoppings;
boates;
danceterias;
museus;
galerias;
bibliotecas;
salões de cabeleireiro;
clubes;
quiosques;
parques de diversão
escolas;
universidades;
creches;
eventos esportivos (incluindo jogos de futebol);
centro de treinamento e formação de condutores.
Poderão funcionar (com restrições):
bancas de jornal, sendo proibida a venda de bebida alcoólica;
supermercado;
farmácia;
atividades físicas individuais em parques e praias;
transporte;
comércio atacadista;
pet shop;
lojas de material de construção;
locação de veículos;
serviços funerários;
bancos;
serviços médicos;
Mecânicas de veículos e bicicletas e loja de autopeças;
Hotelaria, com serviço de alimentação restrito a hóspedes;
igrejas;
postos de combustíveis;
feiras livres;
serviços de telecomunicações, teleatendimento e call-center.