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Você sabia que a ansiedade pode agravar os quadros de Dermatite Atópica?

Questão emocional tem sido ainda mais discutida em meio à pandemia, e pode impactar casos já graves

Por Libbs da Farmacêutica 20/05/2021 15h03 - Atualizado em 20/05/2021 15h03
Dermatite Atópica - Foto: Dermatite Atópica

Uma das principais consequências da pandemia da Covid-19 é o surgimento ou agravamento de doenças emocionais. Ao longo de 2020, grande parte da população foi sujeita a restrições de circulação, o que contribuiu ou foi responsável pelo surgimento de diversos casos de doenças psicológicas, ou inclusive agravou casos já existentes.

Além disso, a redução da possibilidade do atendimento presencial deixou muitos pacientes sem assistência adequada. Ainda com números alarmantes, o Brasil enfrenta um dos momentos mais delicados da pandemia do coronavírus, com um número recorde de mortes nas últimas semanas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com mais de mil pessoas de todo o país em 2020, foi registrado aumento de 90% nos casos de depressão; 71% nas crises de ansiedade e 40% de estresse agudo desde o início da quarentena. O cenário de prolongamento da pandemia agrava ainda mais o número de casos psicológicos.

Apesar de parecerem questões isoladas, doenças de pele também podem estar ligadas aos quadros psicológicos. Em específico, a Dermatite Atópica, doença crônica caracterizada por pele seca, lesões avermelhadas e coceira intensa, que afeta aproximadamente 20% das crianças no mundo inteiro, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. É consenso entre especialistas que a Dermatite Atópica pode estar relacionada a doenças como bronquite, asma e rinite, além de tensão emocional. Nesse sentido, o estresse e a ansiedade podem ser gatilhos para crises e agravamento do quadro clínico.

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"Quando temos casos de Dermatite Atópica, é comum que se manifeste o aumento de coceira e também de lesões na pele em meio a crises de ansiedade", afirma Dra. Paula Ferreira, dermatologista Departamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e consultora científica da Libbs Farmacêutica. O combate a essas crises também é um desafio para os pacientes. "A coceira da Dermatite Atópica gera mais estresse além de prejudicar o sono. A crise de dermatite, coceira intense e falta de sono contribuem para agravar o quadro de ansiedade dos pacientes, " ressalta.

Além disso, essa faixa etária mais jovem está exposta ao aumento de doenças e problemas emocionais. Nos Estados Unidos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relatam que o número de atendimentos de emergência por questões emocionais cresceu 31% para crianças de 12 a 17 anos, e 24% para crianças de 5 a 11 anos em 2020 se comparado com 2019. Com isso, seguindo o aumento de atendimentos por quadros emocionais, podemos imaginar que aqueles jovens com quadros de Dermatite Atópica também apresentaram um agravamento da doença.

A Dra. Giuliana Cividanes, mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo e consultora científica da Libbs Farmacêutica, destaca que o tratamento psiquiátrico também está ligado ao combate à Dermatite Atópica "tratar o quadro emocional, concomitantemente ao quadro da doença dermatológica, irá garantir um maior sucesso do tratamento", afirma a especialista. "Entender que as duas questões estão relacionadas é o primeiro passo para que o paciente tenha uma maior qualidade de vida e reduza suas crises", destaca.

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A seguir, compartilhamos algumas dicas que podem auxiliar a diminuir ou amenizar as crises ansiedade que podem agravar o quadro de Dermatite Atópica:

• Não exagere no tempo em frente à tecnologia, seja computadores, smartphones ou outros aparelhos que podem causar estresses.
• Aos finais de semana, dê uma pausa para as telas, após o contato frequente com equipamentos eletrônicos nas rotinas de trabalho e aula online.
• Procure encontrar, mesmo no isolamento, alguma atividade que lhe dê prazer: plante algumas sementes, passeie com seu cachorro, pinte um quadro, faça algum esporte.
• Quando a situação do isolamento permitir, passe um tempo na natureza.
• O dermatologista é o principal responsável para indicar o tratamento correto para a Dermatite Atópica, e pode ainda indicar outros especialistas que contribuirão no tratamento do paciente.