Pesquisa aponta que mais estudantes pensam em desistir dos estudos
Brasileiros com idades entre 15 e 29 anos somam 43% dos estudantes que já pensaram em abandonar as aulas
Divulgada nesta semana, a pesquisa “Juventudes e a pandemia de coronavírus (covid-19)” afirma que 43% dos estudantes brasileiros com idades entre 15 e 29 anos já pensaram em desistir dos estudos. Os motivos são muitos, porém, dificuldades para aprender via ensino remoto e a condição financeira ainda são os principais fatores que levam ao abandono escolar.
Na primeira edição da pesquisa, esse número ficou em 28%. Já no contexto da evasão, 6% dos participantes trancaram a matrícula durante a pandemia e para 47% dos jovens é necessário, antes, que a população seja vacinada.
Outro motivo apontado pela pesquisa para a evasão é a dificuldade financeira, que foi sentido com o fim do auxílio emergencial e a diminuição de renda das famílias, o que fez como que muitos jovens precisassem recorrer a trabalhos informais.
De acordo com Rosalina Soares, gerente de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho, a evasão escolar produz consequências severas para os jovens, “que vivem menos, com menos saúde, com menos renda ao longo da vida. Essa violação do direito à educação gera uma perda de R$220 bilhões por ano, 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços finais produzidos durante um período determinado). Em tempos de crise sanitária e econômica, observamos que a agenda educacional é prioritária, é urgente”.
A segunda etapa da pesquisa “Juventudes e a pandemia de coronavírus (covid-19)” ouviu 68 mil jovens e foi promovida pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) com correalização de Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial e as respostas foram coletadas entre março e abril deste ano.
“A pesquisa reforça a necessidade de defender políticas públicas desenhadas e implementadas de forma intersetorial. Os fatores associados à possibilidade de abandono escolar, por exemplo, são múltiplos: necessidade de ganhar dinheiro, dificuldades para se organizar, acompanhar e aprender no contexto do ensino remoto, necessidade de cuidar de filhos e outros parentes, problemas de saúde, incluindo depressão”, aponta a gerente Rosalina.