HEA 18 anos: Projeto ajuda paciente que perdeu o braço em acidente
Na estrada da vida, Manoel Gustavo da Costa não olha mais pelo retrovisor. Aos 24 anos, pilotava uma moto, com a esposa grávida de seis meses na garupa. Naquela noite de 4 de julho de 2020, um sábado, Gustavo, como é conhecido, fazia o que mais gostava na vida: pilotar moto e estar junto da esposa grávida. Viajavam de Arapiraca para Girau do Ponciano para visitar familiares. Mas, um reboque de trator estacionado de forma incorreta mudou completamente o rumo da vida da família.
No acidente, Gustavo perdeu o braço direito. Franciele Bernardino, a esposa de 23 anos, sofreu uma lesão no braço e também foi socorrida. No Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, Gustavo ficou internado por seis dias. Recebeu atenção humanizada, multiprofissional, inclusive com atendimento do projeto Preparando a Volta para Casa.
“Não entrava na mente que havia perdido um braço. Só queria estar em casa, com minha família. Felizmente, no hospital, encontrei profissionais excelentes que me deram total apoio. Foram atenciosos e me ajudaram na recuperação. Minha eterna gratidão a todos do Hospital de Emergência”, salienta Gustavo.
Franciele não lembra de nada da colisão. Teve um ferimento no braço direito e a gravidez não foi afetada. Marido e mulher só se reencontraram 20 dias após o acidente. No lar cheio de amor, Liz Manuela nasceu em outubro de 2020.
Casados há dois anos, com a bebezinha pra cuidar, Gustavo e Franciele tiveram que encarar a nova realidade. “O projeto Preparando a Volta para Casa foi fundamental neste retorno ao dia a dia. Tenho muito a agradecer a Deus e ao pessoal do Hospital pela atenção e força que me passaram neste período”, reconhece Gustavo.
E fortalecido, ele tem desafios diários pra encarar. Na época do acidente, o casal trabalhava como vendedores em lojas de Arapiraca. Desempregados, voltaram a morar em Girau do Ponciano. A família sobrevive com 1 salário mínimo de auxílio temporário, que se encerra em outubro. E mesmo diante de tantos obstáculos, Gustavo continua fazendo parte de grupos de ações sociais em Girau do Ponciano e pratica Air Soft.
“Perdi um braço e não perdi a vida, graças aos profissionais da Saúde, que me atenderam naqueles dias e que continuaram me acompanhando. Eu já participava dos projetos sociais e nunca iria deixar de lado. O Air Soft é apaixonante. Tento me adaptar, fazer diferente, inovar. São lutas diárias, vitórias diárias, mesmo com toda a dificuldade”, disse.
Gustavo está se preparando para lançar uma campanha para comprar uma prótese que possa ajudar a ampliar as atividades. “Jogo futebol e com a prótese poderei voltar a frequentar a academia”, comemorou.
E a pequena Liz nesta história? Ela, que já nasceu com uma história de sobrevivência para contar, espalha sorrisos e beijos num lar cheio de Fé, amor, gratidão e força.