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Frio pode aumentar incidência de doenças cardiovasculares; entenda

Por Lifestyle 15/08/2021 16h04
Coração - Foto: Reprodução

Em dias mais frios, principalmente abaixo de 14ºC, casos de infarto podem aumentar em até 30%, segundo o Instituto Nacional de Cardiologia. Médicos especialistas alertam sobre o risco de complicações cardiovasculares no inverno, principalmente em pacientes que já têm cardiopatias ou que desenvolveram sequelas cardiológicas pós-Covid-19.

"No frio, nosso organismo tem um mecanismo compensador para evitar perda de calor", explica Fernanda Mangione, cardiologista intervencionista da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).Segundo a médica, há uma contração dos vasos sanguíneos periféricos, o que aumenta a pressão arterial e faz o coração ficar mais sobrecarregado, já que é preciso bombear sangue contra uma certa resistência.

Aqueles que já têm fatores de risco têm uma propensão a terem placas de gordura nas artérias. Com o aumento da sobrecarga do coração, as placas formam coágulos que obstruem as artérias coronárias, o que leva ao infarto", esclarece Mangione.

Os sintomas de infarto incluem dores no peito, falta de ar, formigamentos e mal-estar em geral. Além dele, o frio também pode trazer maior incidência de insuficiências e arritmias cardíacas, de acordo com o cardiologista do Hospital Santa Catarina, Nilton Carneiro.

O médico explica que a insuficiência cardíaca acontece quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo todo, o que pode gerar inchaços pelo corpo e cansaço ou fadiga ao realizar atividades que anteriormente não cansavam tanto.

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As arritmias causam sensação de coração disparado, palpitações ou batimentos irregulares, eventualmente com um curso mais devagar, o que pode estar associado a tonturas e desmaios", complementa.

Em meio à pandemia, a atenção em relação às complicações cardíacas deve ser ainda maior. Isso porque indivíduos com cardiopatias podem desenvolver formas mais graves da Covid-19 e mesmo aqueles sem histórico podem apresentar sequelas cardíacas após a doença.

"Ainda é cedo para falar sobre sequelas a médio e longo prazo, mas já temos registro de complicações no músculo cardíaco relacionadas principalmente às formas mais graves de Covid-19. Isso pode ser transitório ou, em uma parcela menor de pessoas, se transformar em uma complicação mais crônica", diz Carneiro.*PREVENÇÃO ESTÁ NO DIA A DIAAs recomendações médicas para a prevenção de agravamentos cardiovasculares no frio devem fazer parte da rotina diária. Dentre elas, estão a manutenção de uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e o uso de aquecedores e agasalhos para proteção contra as baixas temperaturas.

"No inverno, a tendência é beber menos água, mas é preciso estar bem hidratado. Quando estamos desidratados, o sangue fica mais grosso, mais viscoso, o que propicia a formação de coágulos", explica Fernanda Mangione, cardiologista da SBHCI.

A médica também recomenda que se evite a mudança brusca de temperatura, como sair de ambientes quentes para outros com ar gelado.

Além disso, é imprescindível estar com a vacinação em dia e buscar manter doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, controladas através de medicações ou outras recomendações médicas.

Mangione reforça que é preciso buscar atendimento médico não só ao sentir dores no peito, já que problemas cardiovasculares também podem se manifestar de outras maneiras. "Se sentir um mal-estar muito diferente, sempre procure um serviço de emergência, um pronto-atendimento ou pronto-socorro, para que a possibilidade de infarto seja sempre descartada", defende.