O clima esquentou demais no dérbi do Mediterrâneo pela terceira rodada do Campeonato Francês. Aos 30 minutos do segundo tempo, no estádio Riviera, quando o Nice vencia por 1 a 0 em casa, os torcedores locais atiraram uma garrafa com líquido nas costas de Payet, do Olympique de Marselha, antes de cobrança de escanteio. O meia se irritou e revidou, com o apoio de Guendouzi e Alvaro inicialmente. Na sequência, houve invasão do gramado, agressões, e a partida teve que ser interrompida. Paralisada por mais de uma hora, teve o reinício autorizado pelo árbitro. Mas, como o time visitante se recusou a voltar, terminou em seguida.

Depois da entrada da polícia na contenção e a formação de uma barreira de isolamento entre o gramado e a arquibancada, os jogadores do Nice voltaram para o aquecimento diante da torcida. O árbitro também foi convencido de que havia segurança para o reinício. Mas o Olympique de Marselha se negou a retornar do vestiário e se arrumou para sair, pois alguns de seus atletas se machucaram no confronto.

Os seguranças do estádio não foram capazes de controlarem o tumulto, tampouco os jogadores do Nice que tentavam acalmar os ânimos, entre eles, o zagueiro brasileiro Dante. Cerca de 30 torcedores entraram no gramado para agredir atletas e comissão técnica do Olympique. O árbitro interrompeu a partida e mandou todos para os vestiários.

O volante brasileiro Gerson, ex-Flamengo, acabou se desentendendo na confusão com jogadores do Nice. Depois de encarar torcedores adversários, chegou a trocar socos com o zagueiro francês Todibo.

Outro que foi visto muito exaltado na confusão foi o treinador argentino Jorge Sampaoli, da equipe de Marselha. Precisou ser contido por companheiros da comissão técnica e jogadores.

Nos corredores de acesso aos vestiários, houve tensão também entre os presidentes dos dois clubes de acordo com a mídia francesa. Pablo Longoria, do Olympique, não queria mais que a partida fosse reiniciada, nem com a intervenção da polícia no gramado para fazer um cordão de segurança diante da torcida. Jean-François Rivière, do Nice, entrou em campo para tentar controlar o tumulto.

Até a interrupção, o Nice tinha ficado em vantagem graças ao gol do dinamarquês Dolberg, aos quatro minutos do segundo tempo. Na comemoração, foi possível perceber que a proximidade dos torcedores com o campo de jogo não tinha qualquer barreira instransponível.