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Dia do Psicólogo: Pandemia tem colocado profissionais em evidência

Por Assessoria 26/08/2021 12h12
Dia do Psicólogo é comemorado nesta sexta-feira - Foto: Assessoria

Nesta sexta-feira ( 27), é celebrado o Dia do Psicólogo. A data foi escolhida por se tratar do dia em que a profissão foi regulamentada pelo então presidente João Goulart, em 1964. Quase 60 anos depois, a profissão tem mostrado sua relevância dentro da sociedade e conquistou um papel especial com a chegada da pandemia, quando tanto se falou sobre “saúde mental”.

Camila Carnaúba, psicóloga e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), explica que a Psicologia ficou muito visada na pandemia pois as pessoas se perceberam sobrevivendo a tudo que estava acontecendo. “Essa ideia de estar sobrevivendo diante de tantas incertezas, mortes e do adoecimento físico mesmo por causa da Covid trouxe uma reflexão sobre a vida e o que realmente deve ser valorizado. Eu acredito que esse contexto todo coloca nós, profissionais, em alta pois a saúde mental começa a ser percebida”, comenta.

A psicóloga destaca que antes as pessoas levavam suas vidas normalmente, tinham metas, objetivos e precisavam dar conta das suas atividades, porém, com a pandemia veio uma vulnerabilidade emocional diante de um contexto incontrolável. Este momento trouxe uma reflexão sobre a vida e algumas perspectivas precisaram ser reformuladas. É aí que a Psicologia entra para ajudar.

“Cuidar da saúde mental em tempos de pandemia serviu como um amortecedor na queda, é como se as pessoas estivessem ali percebendo suas vulnerabilidades e fragilidades. E esse cuidado veio como um conforto para essa dor que ninguém está isento de sentir”, continua, acrescentando que a Psicologia é apenas uma das formas de cuidar da saúde mental.

Aceitar cuidar-se
Outro ponto trazido por Camila Carnaúba é que a procura por ajuda psicológica tem aumentado justamente porque as pessoas têm buscado saber mais sobre saúde mental e se interessado mais do que nunca em se cuidar. “Elas estão ouvindo e respeitando também, isso faz parte do modo como as pessoas estão se vendo e estão permitindo se ver”, assinala.

Chegou-se ao ponto, inclusive, das pessoas buscarem formas de “prevenção” do adoecimento da mente da mesma forma como se preocupam com cuidados preventivos à saúde ao corpo físico. Para ajudar nessa busca, Camila elenca quatro itens básicos de atenção: Ambiente, Emoções, Pensamentos e Comportamento.

“Um interfere no outro, eles estão inter-relacionados e são interdependentes. Se a gente cuidar de uma dimensão é bem possível que a outra seja afetada positivamente”, afirma a psicóloga.

Ambiente: muitas vezes o sofrimento vem do excesso de informações e bombardeio de notícias negativas. Mudar este espaço retirando estímulos e investindo em conforto, criando até um “cantinho da paz”, pode interferir no contexto e ajudar na promoção da tranquilidade.

Emoções: é fácil encontrar na internet exercícios de respiração e mindfulness (atenção plena), porém é essencial rever o modo como nos relacionamos com as emoções. “Muitas vezes temos repulsa de emoções desagradáveis, quando, na verdade, a ansiedade e o medo não são nossas inimigas, mas possuem a função de nos fazer olhar para o futuro, o que nos dá chance de fazer algo hoje”, destaca a psicóloga.

Pensamentos: manejar a preocupação excessiva e evitar cair nas armadilhas dos pensamentos instantâneos, catastróficos (do tipo “tudo ou nada” ou “não tem mais jeito”) e persistentes. “Isso não tem fórmula, é preciso exercício e trabalhar mesmo nisso, pensar diferente e, quando eles surgirem, questioná-los, pensar em alternativas. É preciso manejar nossa preocupação excessiva, pois pensamento não resolve problema”, orienta.

Comportamento: antes de tudo, as mudanças a serem feitas podem ser a pequenos passos. Estabelecer uma rotina em casa sem pressão e com consciência do que se pode fazer, conversar e escutar as pessoas. Para famílias, não sobrecarregar uma pessoa só com os cuidados da casa e das pessoas.

Por fim, a grande dica sempre será aceitar que não é possível resolver tudo sozinho. Procurar ajuda psicológica não é um sinal de fraqueza, e sim de força, coragem e amor próprio.