SUS oferece gratuitamente cerca de 640 medicamentos
Na casa da aposentada Sebastiana Silva Andrade, 80, moradora de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, faz parte da rotina ir mensalmente ao posto de saúde para buscar medicamentos gratuitos. Ela e o marido, Antônio de Andrade, 76, fazem uso contínuo de remédios para controlar o diabetes e a pressão alta. “Eu e meu marido já tratamos da diabetes e da pressão alta há mais de 20 anos, e, graças a Deus, sempre contamos com os remédios do Sistema Único de Saúde (SUS)”, comentou a idosa.
O “respiro” no orçamento, questão de sobrevivência para muitos em tempos de alta nos preços dos combustíveis, energia e alimentos, entre outros, pode ser obtido por qualquer cidadão, já que o SUS oferece de graça cerca de 640 medicamentos atualmente.
No caso do casal de Betim, cada um toma, por dia, três medicamentos diferentes – o que totaliza seis comprimidos diários para cada. “Se fosse para pagar, por mês, nós dois iríamos gastar quase R$ 400, o que é muito. Vivemos das nossas aposentadorias”, contou a idosa. Mas a lista dos remédios ofertados é variada e abrangente – vai de laxantes, antitérmicos, antidepressivos, anticoncepcionais, antialérgicos, trato de doenças crônicas, síndromes, oncológicos, dentre outros, até fitoterápicos.
Para ter acesso aos remédios oferecidos pelo SUS, basta seguir um protocolo simples: procurar a unidade de saúde mais próxima de casa munido de um comprovante de endereço e um documento com fotografia. Será confeccionado o cartão SUS, que dá ao paciente o direito de realizar marcação de consultas, fazer exames e ter acesso aos medicamentos prescritos tanto por médicos da própria rede pública quanto pelos médicos da rede particular de saúde.
Há pacientes que relatam não conseguir adquirir os medicamentos para realizar os tratamentos com o auxílio do SUS. Esse é o caso da atendente de padaria Paloma Bianca Camargo, 24. Moradora de Igarapé, na região metropolitana, ela sofre de epilepsia há dez anos. A jovem faz uso diário de três medicamentos – toma 19 comprimidos por dia, no total – que, segundo ela, estão em falta na rede pública há mais de um ano. “Recebo um salário mínimo por mês e, há exato um ano e meio, comprometo R$ 500 da minha renda com a compra desses remédios. Não posso ficar sem eles nunca, senão as convulsões aparecem. Dou sorte que moro com meus pais e não pagamos aluguel, senão teria que escolher entre comprar meus medicamentos ou ajudar nas contas de casa”, contou Paloma.
A atendente ainda disse que não desiste: todos os meses, procura a Farmácia de Minas, um dos pontos de entrega dos remédios, para saber do reabastecimento dos medicamentos necessários para o bem-estar dela. “Os remédios que preciso sempre chegaram, sempre pude contar com o SUS, mas, há tempos, tenho que comprometer meu salário”, avaliou.