Justiça solta advogado preso por chamar jovem de “preta” e “fedorenta”
A Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade provisória ao advogado Everardo Braga Lopes, 60 anos, preso na quarta-feira (15/12) por chamar uma jovem de 25 anos de “preta” e “fedorenta”, em um supermercado no Itapoã. Ele havia sido detido em flagrante por lesão corporal e injúria racial.
Na audiência de custódia, realizada nesta sexta-feira (17/12), foram impostas as seguintes medidas cautelares: proibição de mudança de endereço e de telefone sem comunicação do Juízo que o processará; proibição de frequentar o local dos fatos; proibição de aproximação e contato com testemunhas e vítimas.
Imagens do circuito interno de câmeras de segurança do mercado registraram o momento em que o advogado dispara palavras de injúria contra a jovem. A vítima alegou ter sido humilhada após pedir para que o autor usasse máscara. Revoltado, ele xingou a mulher de “nojenta”, “preta” e “fedorenta”.
A vítima relatou que trabalha como fiscal de caixa em um atacadista. Por volta das 16h, o advogado entrou no supermercado sem máscara de proteção facial, razão pela qual foi orientado por funcionários do estabelecimento a colocá-la.
A jovem lembra que, nesse primeiro momento, houve alteração por parte do autor, que passou a questionar preços de produtos da loja. Ao tentar adquirir uma mercadoria, Everardo Lopes passou a ofender a funcionária.
Segundo a vítima, ele começou a “passar as mãos nos braços, dando a entender que ela seria pessoa de cor”. Outra funcionária também foi alvo dos ataques. Testemunhas relataram à polícia que ele chegou a se apresentar como juiz.
Durante a discussão, os funcionários alegaram que o advogado chegou a puxar a máscara da jovem, que estava no caixa, e disse: “Você tem focinho feio”, “Seu bafo está fedendo” e “Tem dente podre”. Ele também passava os dedos no braço, mostrando que “a cor dele era superior”.
O advogado, entretanto, afirma que não ofendeu a honra da funcionária e negou todas as acusações. Também não assumiu que tenha se apresentado como juiz, explicou que “apenas brincou sobre isso”. Ele disse que
chegou a chamar uma jovem de “vagabunda” e defendeu que falar que “uma pessoa é preta não é racismo”.
Aos policiais, ele também disse que chamou a vítima de “Fiona” e que ela tinha “boca preta”. Everardo Lopes
ficou detido na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).