Baixo São Francisco: Expedição revela presença de mercúrio em peixes, melhora da vazão e 14 pesticidas na água
Foi divulgado neste sábado (23), o resumo dos resultados da Expedição Científica ao Baixo São Francisco de 2021, com alguns destaques que trazem preocupação.
O estudo indicou que a água do rio nos municípios banhados pelo São Francisco na região, apresentou, sem exceção, altos índices de coliformes fecais.
Outro ponto alarmante revelado pela expedição é que os peixes comercializados nas feiras livres e mercados de Penedo, Piaçabuçu, Igreja Nova, São Brás, Piranhas e Propriá apresentavam valores da bactéria Escherichia coli (encontrada no intestino de pessoas e animais) acima do permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Uma notícia boa é que continua ocorrendo uma melhora na vazão, após "eventos severos de estiagem e de diminuição de vazões, em particular, na hidroéletrica de Xingó", entre 2013 e 2018.
Os pesquisadores afirmaram que "foram encontradas mais espécies e destas estão em estudos duas espécies de peixes" que possivelmente são novas na região.
Entre os outros dados divulgados está a diminuição na área de vegetação nativa, com uma redução de 17,35% entre 2021 e 2020, a presença de uma quantidade significativa de óleo contaminando as águas do rio, além da presença de 14 pesticidas. Foram identificadas também grandes concentrações de mercúrio em peixes como tucunaré, robalo, piranha e pirambeba.
Um relatório com 600 páginas foi entregue neste sábado, detalhando as informações presentes no resumo. Ele é fruto do trabalho de 60 pesquisadores em 35 linhas de pesquisa. No dia 28 deste mês serão lançadas duas cartilhas para estudantes e para a população, sobre microplásticos e conservação de pescado.