Menino eletrocutado na Praça dos Martírios tem sequelas gravíssimas; família aciona Justiça
Após passar mais de três meses internado no Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche, o menino Luiz Davi, de apenas 10 anos, teve gravíssimas sequelas do choque elétrico que tomou ao tocar em um poste energizado, no dia 23 de janeiro, na Praça dos Martírios, no Centro de Maceió.
Ele teve paralisia cerebral, perdeu os movimentos, tem poucas reações e só se alimenta por meio de sonda. Sem ter como custear o tratamento, a família da criança está processando a Equatorial Alagoas e a Superintendência Municipal de Energia e Iluminação Pública (Sima).
"O risco de morte já passou, graças a Deus, o clínico também. Agora só é a parte da recuperação, da reabilitação dele. Tem sido difícil, muito difícil. Ver a criança assim nessa situação, meu filho era bom, vê-lo assim é muito difícil", disse Márcia Cleide Dias, mãe de Davi.
A mãe dele teve que largar o trabalho para se dedicar exclusivamente ao cuidado do filho. Hoje a única renda da Márcia é o Auxílio Brasil, são apenas R$ 400 para arcar com aluguel, despesas da casa e agora o tratamento do Davi. O Davi também vai precisar de acompanhamento especializado de fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Mas a Márcia conta que na casa deles não há o espaço necessário para que o filho tenha essa assistência, fora os custos.
"De primeiro instante, ele entendeu que foi a Equatorial, mas a Equatorial nunca me ligou para nada, desde o começo nunca ligaram. Já tem essa decisão judicial e eles não cumpriram nada. Vou lutar pelos direitos dele", afirmou a mãe.
Em contato com a reportagem, o advogado da família esclareceu que entrou com uma petição para que o magistrado determine multa por não cumprimento da decisão.
"Ele (Davi) teve alta, está em casa. A alta dele demonstrou que ele precisa de muitos tratamentos e provavelmente esse valor inicial não vai dar. A gente já peticionou no processo para que a Equatorial cumpra, porque até então ela não está cumprindo com essa decisão. Solicitamos que o juiz aplique multa pelo descumprimento e estamos aguardando", acrescentou o advogado.
Para o advogado da família de Luiz Davi, tanto Equatorial quanto Sima têm responsabilidade sobre o ocorrido. "No processo, a Equatorial peticionou informando ilegitimidade passiva. O que é isso? Alegando que não é responsável. A Sima com certeza vai fazer a mesma coisa. Aí vai ficar a critério do juiz analisar todo o processo e condenar uma ou as duas. Ao meu ver, a responsabilidade é de ambas. Uma tem a ver com a questão da energia e a Sima é responsável pelos postes. O poste da Praça dos Martírios estava com os fios todos expostos, juntamos fotos no processo", contou.
O que diz a Sima? - A reportagem procurou a Superintendência Municipal de Energia e Iluminação Pública (Sima) e aguarda retorno sobre o assunto. O texto será atualizado assim que houver posicionamento da pasta.