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Motoristas de apps têm relações com passageiros por dinheiro

Por redação com Terra 03/07/2022 13h01
Aplicativo da Uber - Foto: Foto: Priscilla Du Preez/Unsplash

Motorista de transporte por aplicativo estão fazendo programas para complementar a renda, revela reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que coletou relatos de profissionais que atuam em ferramentas como Uber, 99 e InDriver.

A prática envolve desde flertes em conversas ou olhares no retrovisor, até códigos que começaram a ser usados através do app. O mais comum é o uso da letra B (para sexo oral) no bate-papo da plataforma em que motoristas e passageiros podem se comunicar antes da corrida. Uma vez no carro, o passageiro combina o que quer e seu devido valor com o condutor.

Segundo os relatos, o programa é feito em motel, na casa do passageiro, em ruas não muito movimentadas para evitar flagrante e até mesmo no carro em movimento.

Em um dos depoimentos, um motorista que não quis se identificar disse que começou a fazer programas quando recebeu a oferta de R$ 150 para sexo oral. O dinheiro representava metade do que ele fazia em um dia todo de trabalho e, dessa forma, o condutor viu um jeito de aumentar a renda – o que ajudou, inclusive, nos gastos para o combustível do carro, que cresceram exponencialmente.

Outro motorista que também não revelou o nome já teve 50 passageiros como clientes desde que começou a fazer programas há dois anos. Ele cobra entre R$ 50 e R$ 150 dependendo do que for combinado, e já chegou a receber R$ 200 em uma negociação.

Os aplicativos de transporte não são a única ferramenta para a prática. Condutores e clientes também utilizam apps de paquera – como o Tinder e o Grindr (para o público LGBT+) – para combinar programas junto com a corrida.

De acordo com a publicação, a maioria dos programas é entre homens. Há ofertas de passageiras do sexo feminino – para pagar pela corrida, por exemplo – mas não é comum.

Questionadas, as empresas responsáveis pelos aplicativos de transporte dizem que os motoristas podem ter suas contas desativadas em caso de denúncia de assédio ou atentado ao pudor.