Influencer que zombou de vaga de estacionamento para autista pagará R$ 10 mil em acordo
Para que não haja denúncia à Justiça, o Ministério Público de Goiás (MPGO) propôs um acordo à influenciadora goiana Larissa Heringer Rosa, que postou um vídeo zombando de vagas para autistas, por meio de suas redes sociais. Uma das condições do acordo proposto foi o pagamento, por parte de Larissa, do valor de R$ 10 mil a uma associação que atua na defesa dos direitos da pessoa com deficiência.
O acordo, aceito pela investigada, foi proposto na quarta-feira (25), no entanto, ainda depende de homologação judicial. Conforme o documento, o pagamento deve ser realizado em 10 parcelas de R$ 1 mil após intimação pelo Juízo da Execução, além de 360 horas de serviços comunitários a entidades. Os vídeos foram publicados no último mês de junho.
Outro ponto proposto foi a retratação pública por meio de seu perfil do Instagram da influencer, que é de Anápolis (GO). A proposta é que Larissa se desculpe com todos os que se sentiram ofendidos em relação ao vídeo publicado zombado de vagas para autistas.
O acordo de não persecução penal é justificado como uma chance de evitar uma condição judicial e os efeitos sociais prejudiciais de uma pena. Além disso, para sua realização, é pontuada a necessidade de verificação se a medida é suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Ainda conforme o documento, caso quaisquer uma das condições estipuladas pelo acordo sejam descumpridas ou caso não seja comprovado o seu cumprimento, a denúncia será imediatamente oferecida à Justiça.
Já caso seja cumprido de forma integral, o acordo afirma que será solicitado ao juiz a declaração de extinção da punibilidade em relação à influenciadora. Além disso, o cumprimento do acordo não deve constar na certidão de antecedentes criminais de Larissa, exceto para a verificação dos requisitos de concessão de novo benefício.
Manifestação
Após o acordo, a Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Anápolis se manifestou para que o juiz não homologue o acordo e que devolva o processo para o Ministério Público, para que seja feita readequação do abono.
De acordo com a comissão jurídica, essa readequação deve considerar as pessoas LGBTQIA+ como vítimas e que seja pago por Larissa o mesmo valor de R$ 10 mil à uma associação filantrópica que trabalha com pessoas LGBTIA+ em situações de vulnerabilidade.
A defesa de Lari Rosa não se manifestará sobre o caso.
Zombou
Lari Rosa gravou o vídeo assim que viu as sinalizações horizontal e vertical para as vagas no estacionamento de um shopping de Goiânia. Ela estava no banco do passageiro de um carro dirigido pela sua mãe, a professora de etiqueta Vania Heringer Rosa, que tentou conter os comentários da filha, mas sem êxito.
“Fica quieta, Vania. Gente, olha isso aqui. Agora, tem vaga exclusiva, vaga exclusiva, para autista. Cara, o mundo está muito difícil. Quero saber quando vai ter vaga para gordo estressado”, disse ela, em tom de deboche.
Depois da repercussão negativa, as duas pediram desculpas nas redes, em novos vídeos.