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Homem de 28 anos entra em estado vegetativo após receber superdosagem de remédio

Por GZH 31/08/2022 14h02
Alexandre Moraes de Lara, de 28 anos, está em estado vegetativo há 10 meses - Foto: RBS TV / Reprodução

Alexandre Moraes de Lara, de 28 anos, está em estado vegetativo há 10 meses após receber uma superdosagem de um medicamento em um hospital de Porto Alegre. A Polícia Civil investiga o caso. A instituição de saúde que prestou o atendimento admite o erro.

De acordo com a família, Alexandre foi internado para tratar um problema cardíaco em outubro de 2021, no Hospital Humaniza, na Capital. Durante o tratamento, o paciente recebeu 20 comprimidos para controlar os batimentos do coração, quando a dosagem correta seria de dois. Isso provocou uma parada cardiorrespiratória no rapaz. Um laudo assinado por um médico contratado pela família atesta que o estado vegetativo de Alexandre tem grande potencial de ser permanente. Hoje, ele precisa de cuidados 24 horas por dia.

— A pessoa entra conversando, caminhando, saudável, sorrindo e nunca mais sai. Nunca mais sai, sem poder dar um tchau para seus familiares — disse o tio de Alexandre, Luciano Pacheco Martins.

O erro de dosagem é indicado em um prontuário assinado pelo diretor-executivo do hospital. De acordo com o documento, "a medicação dispensada pela farmácia do hospital era divergente da dosagem registrada no sistema e da prescrição médica". O médico indicou 600 miligramas do medicamento ao paciente, mas a equipe deu 6 mil miligramas ao homem.

Esposa do paciente, Gabrielle Gonçalves Bressiani diz que estava com Alexandre quando o procedimento foi feito. Ela relata ter questionado o técnico de enfermagem sobre a quantidade de remédio que seria dada a ele. O profissional, no entanto, teria afirmado que a dosagem havia sido indicada por uma médica. Pouco depois, Alexandre começou a passar mal.

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A família afirma que o médico cardiologista deu a receita correta, mas o primeiro erro ocorreu na farmácia da instituição.

— A farmácia, na hora de cadastrar o medicamento, cadastrou errado. Ao invés de cadastrar como 300 miligramas, que era o correto, cadastrou como 30 miligramas. Então, ao invés de tomar os dois comprimidos que ele deveria, ele tomou 20 — diz Gabrielle.

A família ainda afirma que o hospital demorou cinco minutos para oferecer o atendimento de urgência quando Alexandre começou a passar mal.

— A médica não sabia orientar os enfermeiros ou técnicos do procedimento, se tinha que fazer intubação, se não tinha. O equipamento para respirar que eles foram utilizar estava faltando uma peça, então não deu para utilizar, ajudou a faltar oxigênio. O medicamento, que era adrenalina, não foi dado no tempo adequado — diz o tio do paciente.

Posicionamento do hospital e investigações

O Hospital Humaniza, onde o paciente segue internado, afirmou ao G1 que o atendimento a Alexandre ocorreu na gestão anterior da unidade. "O Hospital lamenta profundamente o ocorrido e vem prestando toda a assistência médica necessária e disponível para a melhoria do quadro clínico do paciente. Ao mesmo tempo, vem mantendo tratativas com os familiares para, também, proporcionar o máximo de assistência e acolhimento necessários", diz em nota.

A investigação conduzida pela Polícia Civil de Porto Alegre ainda não foi concluída. Além disso, o Conselho Regional de Medicina (Cremers) apura a atuação dos profissionais envolvidos no caso.

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