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MP da Paraíba pede que seja retomada investigação de denúncia contra ator José Dumont por estupro de menores

19/09/2022 16h04
José Dumont foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro - Foto: Foto: Divulgação/Polícia Civil

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) anunciou, nesta segunda-feira, ter requerido a retomada das investigações de um inquérito policial que apura uma denúncia de crime de estupro de vulnerável contra o ator José Dumont. De acordo com o relato de duas testemunhas, o delito teria ocorrido em 2009, no interior de um apartamento onde o ator se hospedava, no município de Cabedelo, e envolveria meninos na faixa etária de 8 a 14 anos.


Ainda segundo o Ministério Público da Paraíba, a estimativa é de que José Dumont, que está preso no Rio, seja ouvido sobre o caso nos próximos 30 dias. A tendência é a de que o ator seja interrogado pela polícia paraibana pelo sistema de videoconferência.


Segundo o Ministério Público daquele estado, o inquérito estava parado desde 2013, após tentativas fracassadas de localizar e ouvir o ator, no Rio e em São Paulo, por carta precatória. Ainda segundo o MPPB, o inquérito foi encaminhado para a autoridade policial com um pedido de que vítimas do suposto crime sejam identificadas e ouvidas.


Como a investigação não encontrou indícios suficientes da autoria do crime, o ator não foi denunciado pelo Ministério Público. O caso veio à tona depois que duas mulheres procuraram o Ministério Público Federal (MPF) para denunciar que o ator levava crianças para seu apartamento. O MPF encaminhou a denúncia para o Ministério Público estadual que ouviu as duas testemunhas e ainda uma terceira pessoa. Esta última também confirmou ter visto o ator levando meninos para seu apartamento. No entanto, as crianças não foram identificadas e localizadas.


O ator José Dumont foi detido na última quinta-feira por armazenar imagens de crianças com teor sexual. Na ocasião, policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) cumpriam um mandado de busca e apreensão na residência do ator, no Catete, na Zona Sul do Rio, quando encontraram cerca de 240 arquivos, entre imagens e vídeos, de pornografia infantil.


Também foi encontrado, na mesma operação, um comprovante de depósito bancário para uma vítima de abuso sexual, investigação que motivou a operação de busca e apreensão. O artista já era investigado pela Dcav pelo estupro de um menino de 12 anos, que teria recebido os mil reais do ator após o crime.


De acordo com a polícia, ele teria se aproveitado do prestígio e reconhecimento como ator para atrair a atenção do adolescente de 12 anos, que era seu fã. A investigação aponta ainda que ele desenvolveu um relacionamento próximo com o menino, oferecendo ajuda financeira e presentes, valendo-se da vulnerabilidade financeira da vítima para, a partir daí, fazer investidas com beijos na boca e carícias íntimas, que acabaram sendo captadas por câmeras de vigilância, dando início às investigações.


Na decisão que converteu a prisão em flagrante do ator José Dumont em preventiva, por armazenar pornografia infantil, em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, o juiz Antonio Luiz da Fonseca Lucchese, argumentou que "a situação tem contornos de gravidade" ao apontar, no documento, que teriam sido encontrados com o ator cerca de 240 arquivos, entre imagens e vídeos, o que indicia reiteração criminosa.


Confrontado com as imagens de pornografia infantil apreendidas em seu celular e no seu computador pessoal, o ator confirmou, em depoimento prestado à polícia na quinta-feira (15), ao qual O GLOBO teve acesso, que elas eram de sua propriedade e faziam parte de um “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros”. A reportagem procurou a defesa do ator para falar sobre o caso ocorrido na Paraíba, mas ainda não conseguiu contato com o advogado de Dumont.


Com mais de 40 de carreira, José Dumont estava escalado para a novela "Todas as flores", no Globoplay, plataforma de streaming da TV Globo, que tem estreia prevista para outubro. Em nota, a Globo afirmou que o ator foi retirado da trama criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araújo. O último trabalho do ator na emissora foi em "Nos tempos do imperador" (2021). Na novela, ele interpretava coronel Eudoro, um fazendeiro viúvo, pai de Pilar (Gabriela Medvedovski) e Dolores (Daphne Bozaski).

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