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EUA vence o Irã por 1 a 0 e enfrenta a Holanda nas oitavas da Copa

Por Redação com Gaúcha ZH 29/11/2022 18h06 - Atualizado em 29/11/2022 19h07
Estados Unidos e Irã fizeram jogo decisivo pela Copa do Mundo - Foto: Patrick T. Fallon / AFP

O jogo entre Irã e Estados Unidos representou muito mais do que a vitória por 1 a 0 e classificação dos EUA às oitavas de final da Copa do Mundo. Foi um embate entre duas nações que convivem há anos com conflitos geopolíticos, mas que travaram um duelo limpo, com direito a cumprimentos cordiais entre os atletas e torcedores confraternizando juntos no Estádio Al Thumama, em Doha, nesta terça-feira (29).

O único gol da partida foi marcado por Pulisic, no primeiro tempo. O resultado definiu a seleção norte-americana como segunda colocada do Grupo B, atrás da Inglaterra. Assim, os Estados Unidos enfrentam a Holanda na próxima fase, às 12h de sábado (3), no Estádio Internacional Khalifa. 

Dentro de campo, os norte-americanos se impuseram desde o início, já que precisavam vencer para buscar a classificação. Nas arquibancadas, porém, um torcedor dos EUA foi detido por usar uma braçadeira com as cores do arco-íris, um símbolo do movimento LGBT+, que é proibido no Catar. Pelo lado da torcida iraniana, só se ouvia o som das cornetas, lembrando as vuvuzelas da Copa de 2010, na África do Sul.

A primeira oportunidade de gol foi dos EUA, com o craque do time, Pulisic. O camisa 10 recebeu cruzamento de Musah, aos 10 minutos, mas cabeceou nas mãos de Beiranvand. Depois, foi a vez de Dest jogar na área com perigo, obrigando o goleiro iraniano a fazer a defesa.

A seleção norte-americana dominava a partida, enquanto o Irã tentava chegar nos contra-ataques. Weah quase marcou aos 32, mas jogou para fora. O gol estava sendo desenhado. E saiu logo depois.

Aos 37, McKennie fez belo lançamento para Dest, que entrava na área pela direita. O lateral escorou de cabeça para o meio, onde apareceu Pulisic para empurrar para as redes e fazer 1 a 0 para os Estados Unidos. O craque norte-americano precisou de atendimento médico, porque no momento do gol chocou-se com o goleiro iraniano e ficou sentindo, mas voltou a campo em seguida.

Mesmo com a vantagem, os EUA seguiram no ataque. Weah teve a chance para ampliar aos 44, mas tentou o passe e a defesa iraniana fez o corte. Para piorar a situação da equipe asiática, o lateral-esquerdo Mohammadi precisou ser substituído aos 47, lesionado. E no último lance antes do intervalo Weah balançou as redes. Porém, a arbitragem assinalou impedimento do atleta norte-americano.

Segundo tempo


Na volta para o segundo tempo, os dois técnicos mexeram nos times. Nos Estados Unidos, Pulisic precisou ser substituído por Aaronson. E no Irã, Azmoun deu lugar a Ghoddos. Mas mesmo com as mudanças, a tônica do jogo foi mantida. No primeiro minuto, Sargent quase ampliou, mas parou no goleiro Beiranvand.

Sempre que tentava ataque, a seleção iraniana buscava Taremi na referência. O centroavante do Porto arriscou jogadas individuais, mas parou na marcação norte-americana. A grande chance do Irã surgiu aos 19 minutos, quando Ghoddos recebeu o passe dentro da área e bateu bonito, de chapa, mas a bola passou muito perto da trave esquerda de Turner.

Para ir atrás do empate, Carlos Queiroz fez três trocas na equipe iraniana: primeiro entraram Torabi e Jalali, e depois foi a vez de o atacante Ansarifard ir a campo. Em seguida, os EUA foram forçados a fazer uma troca. Sargent sentiu após pisar na bola, e em seu lugar entrou Wright. Atacante por atacante.

As substituições pouco mudaram no cenário do jogo. Os iranianos até tinham mais a bola, mas não conseguiam chegar à área norte-americana. Para segurar a vantagem, o técnico Gregg Berhalter mandou a campo o zagueiro Zimmerman e o lateral Moore nos lugares de Weah e Dest.

Nos minutos finais, a única jogada do Irã era alçar a bola na área. Tentaram mais de uma vez, mas não conseguiram superar a defesa dos Estados Unidos, que garantiram a classificação para enfrentar a Holanda na próxima fase.

E a partida, que tinha um contexto de tensão, pode não ter tido troca de flores e bandeiras como no confronto pela Copa de 1998, que ficou conhecido como "jogo da fraternidade", mas o duelo entre Irã e Estados Unidos foi marcado por respeito entre atletas e torcedores.

A classificação norte-americana veio de forma justa, jogando melhor do que os iranianos, que podem até ser rivais políticos dos EUA, mas dentro de campo foram adversários respeitosos, mostrando que é possível conviver e competir de forma pacífica.