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Jovem esfaqueada em ônibus tira pontos e inicia tratamento

Por redação com Terra 08/12/2022 20h08
Stefani Firmo sofreu um corte no rosto durante viagem de ônibus - Foto: Instagram

A estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, que teve o rosto cortado enquanto dormia em um ônibus, afirmou ao Terra, nesta quinta-feira (8), que retirou os pontos e iniciou o tratamento na lesão. Ela também relatou que segue acreditando que foi a passageira que estava sentada atrás dela que a agrediu. A polícia segue investigando quem cortou o rosto da vítima.

O crime aconteceu na madrugada do dia 29 de novembro, em uma viagem entre Recife (PE) e Salvador (BA). A jovem precisou de 18 pontos no rosto.

"Quando eu percebi que tinha sido de fato uma agressão intencional o sentimento foi de desespero, tanto é que fiquei aflita e não queria que minha amiga saísse de perto de mim para chamar o motorista. Eu estava bastante em pânico e ainda percebi o quanto meu macacão estava sujo de sangue e o meu pescoço também, foi muita aflição", relatou ela ao Terra.

Imagens de câmeras de segurança do ônibus mostram o momento em que uma passageira levanta do assento e se aproxima da vítima. Em seguida, a jovem se levanta e grita por socorro. Após o ataque, a polícia foi acionada e, ao revistar os passageiros, chegou a apreender uma faca que estava com uma passageira sentada próxima da vítima, mas o objeto foi mandado para a perícia e ela foi liberada em seguida.

As imagens foram entregues pela empresa de ônibus à Polícia Civil e vão ser analisadas. Não é possível ver o momento em que a pessoa corta o rosto da jovem. A equipe de investigação responsável pelo caso também não confirma se a mulher do vídeo é a mesma que estava em posse da faca apreendida.

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"Livramento"


Stefani afirma que depois do sentimento de desespero pelo ocorrido ficou "anestesiada". "Aí a ficha foi caindo. Eu acho que ainda estou nesse processo em que tenho aquelas oscilações de pensar no caso, chorar, e agradecer por estar viva, enfim é um misto de sensações. Mais forte é meu pensamento de que foi um livramento", disse ela.

A estudante explicou que foi a "falta de empatia" da passageira que estava atrás dela que a fez suspeitar que ela possa ter cometido a agressão. "Foi o modo que ela se comportou desde o início. Quando eu levantei só ela que estava acordada e ela me viu sangrando mas me olhou com frieza e indiferença, sem curiosidade ou surpresa, ela não esboçou nenhuma reação. Depois se fez de desentendida e ouvi ela dizer que não tinha nada a ver com problemas dos outros", afirmou a jovem.

Ainda segundo Stefani, passageiros afirmaram que a suspeita ficou bastante "inquieta" quando viu que ela acionaria a polícia. Até o momento, a suspeita segue solta e a polícia trabalha na conclusão do inquérito.

A jovem relata que após a lesão fez dois exames periciais e aguarda agora o resultado do laudo complementar, já que o primeiro laudo apontou uma lesão leve em seu rosto.

"É uma cicatriz permanente e acredito que o segundo laudo possa apontar lesão corporal grave devido ao corte que ficou no meu rosto. Caso provado que tenha sido ela [passageira, fica carimbado que nós mulheres não estamos seguras em nenhum lugar e nos mostra que, além de homens, há mulheres má intecionadas, o que nos assusta, porque era para nós mulheres nos protegermos", destaca Stefani.

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Segundo a estudante, devido a lesão ser recente, ela ainda não fará nenhum procedimento invasivo, como uma cirurgia, por exemplo, segundo foi orientada pela médica dermatologista que a acompanha. "O que estou usando é um gel que passo duas vezes ao dia e protetor solar a cada três horas, sem exposição ao sol e a luz para que não manche minha pele. Seguirei nesse tratamento por três meses para avaliar a evolução e se será necessário algum procedimento de reparação".

Divulgação do caso


Stefani afirma que a encorajou em tornar o caso público foi o desejo que o caso não passe impune e também como forma de alerta a outras pessoas.

"Estudantes, como eu, usam muito ônibus. Espero que a partir de agora haja mais fiscalização por parte das empresas de ônibus antes do passageiro embarcar, no mínimo detector de metais, para que as pessoas não possam carregar objetos cortantes ou coisas do tipo. Quero que a justiça seja feita. Além disso agradeço todo apoio que recebi, foi uma rede grande de pessoas me apoiando e fiquei feliz, foi mais uma força de seguir com isso ".