Atletas de Uganda e Quênia vencem a São Silvestre 2022; brasileiros terminam em 4º nas duas categorias
As estrelas da 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, que ocorreu na manhã deste sábado (31/12), vieram, mais uma vez, de países da África. Atletas de Quênia, Uganda, Etiópia e Tanzânia dominaram o pódio da tradicional prova que encerra o ano esportivo brasileiro.
Entre as mulheres, a queniana Catherine Reline, de apenas 20 anos, liderou os 15 km da corrida de ponta a ponta e venceu a São Silvestre 2022 com o tempo de 49min39s. Entre os homens, a vitória foi de Andrew Kwemoi, que se tornou o primeiro campeão de Uganda, com o tempo de 44min43s.
Os brasileiros mais bem colocados foram Jenifer Nascimento (54min02s), no feminino, e Fábio Jesus Correia (46min13s), no masculino, ambos subindo ao pódio na quarta colocação. Fábio ainda emocionou o público que acordou cedo para assistir à prova pela Globo ao homenagear a mãe, que morreu em 2020.
- Pensando na minha mãe. Acho que ela estava dando força. Porque não é fácil. Nossa vida é um pouco sofrida. Trabalhei com Uber, sou coletor. Nossa vida é muito puxada. Chegar aqui e fazer uma coisa que muitos às vezes duvidavam... Sem palavras. Só agradecer a Deus, à minha família - disse o atleta de 24 anos, muito emocionado.
Fábio contou que não conseguiu ir ao enterro da mãe, na Bahia, mas que ela vive em suas lembranças.
- Quando eu saí da Bahia para vir trabalhar aqui, tem quatro anos, em São Paulo, eu deixei ela muito doente. E quando comecei a trabalhar com uber, não pude ir ao velório. E eu fiquei muito triste, ela sempre vai ser lembrada. Eu sou filho adotivo e ela foi quem me deu todo carinho, todo suporte. Por isso que esse carinho vai para ela. Onde ela estiver, eu acho que ela tá muito feliz que estou fazendo um bom papel. Ela pedia para eu fazer o bem, nunca maltratar ninguém. E hoje eu tô aqui, consagrado na São Silvestre.
No feminino, Jenifer Nascimento, terceira colocada no ano passado, novamente foi a brasileira mais bem colocada, ficando com o quarto lugar.
- A São Silvestre é sempre difícil, sempre tem adversários de fora, quenianos que dão muito trabalho. E essa foi uma temporada muito longa, acabei me lesionando nos últimos dias de preparação para a prova, tive que ficar uns dias parada, e acho que isso acabou influenciando no meu resultado em relação ao tempo. Mas eu consegui o pódio, segunda vez seguida, então estou extremamente feliz - comentou Jenifer, de 31 anos.
O Brasil não sobe ao lugar mais alto do pódio em uma São Silvestre desde 2010, quando Marílson dos Santos venceu a prova masculina. Na feminina, a última campeã brasileira foi Lucélia Peres, em 2006.