Velório do Rei Pelé reúne autoridades, emociona fãs e torcedores
O último adeus de Pelé reuniu milhares de pessoas na Vila Belmiro, em Santos, nesta segunda-feira (2). Desde as primeiras horas do dia, a movimentação era intensa nos arredores para a despedida do Rei do Futebol, que faleceu na última quinta-feira (29), aos 82 anos, em decorrência da falência múltipla de órgãos. Fãs e torcedores de todas as idades passaram a madrugada nas imediações do estádio do Peixe esperando o início da cerimônia para prestar as últimas homenagens. O sepultamento será no Memorial Necrópole Ecumênica, na terça-feira (3), e está previsto para 12h.
Os portões foram abertos ao público pontualmente às 10h. Zé Roberto, o filho Edinho e seguranças do Santos carregaram o caixão até a estrutura montada no gramado. Centenas de coroas de flores foram posicionadas embaixo de uma das tendas, além de várias faixas estendidas nas arquibancadas com dizeres em homenagem ao Rei.
Personalidades do mundo do futebol marcaram presença, como Gianni Infantino, presidente da Fifa, que chegou acompanhado por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol.
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Mauro Silva, Zé Roberto, Clodoaldo, Serginho Chulapa, Emerson Sheik e Elano foram alguns dos ex-jogadores que também deram o último adeus a Pelé. Neymar pai compareceu ao velório, já que Neymar está na França.
Autoridades como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, também estiveram presentes.
Após o velório, começará uma procissão fúnebre pelas ruas de Santos. A procissão passará pela região do Canal 6, onde vive a mãe de Pelé, Celeste Arantes, de 100 anos, antes de seguir para o cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, onde o corpo será sepultado em uma cerimônia reservada aos familiares.
Edinho, Zé Roberto e seguranças do Santos carregam caixão de Pelé| Foto: EFE
Velório de Pelé na Vila Belmiro| Foto: EFEPublicidade
Mais de mil profissionais da imprensa do Brasil e de todo o mundo trabalham na cobertura do velório.
Gianni Infantino comentou a respeito da importância de Pelé para o futebol e pediu "estádios com o nome do Pelé" em "países de todo mundo".
"O legado de Pelé é único para o futebol. Ele tinha o dom de Deus, algo que pouquíssimas pessoas na Terra têm. Era um dom que tocava os corações e nossas emoções", disse. "Vamos pedir para que Federações do mundo inteiro que nomeiam um estádio em cada país do mundo com o nome de Pelé, porque creio que as futuras gerações têm de saber e lembrar quem foi Pelé", disse o presidente da Fifa.
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Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, reafirmou que irá prestar todas as homenagens possíveis para "o maior atleta de todos os tempos". E definiu como uma "missão" manter o legado do Rei do Futebol em seu mandato."Hoje é um momento de dor para todos os fãs do futebol. Estou aqui para reverenciar a memória desse ídolo de todos nós. Quero reafirmar aqui que a CBF fará todas as homenagens possíveis ao maior atleta de todos os tempos. Pelé é eterno. Uma das minhas missões na CBF a partir de agora será a de preservar a sua história e perpetuar o seu legado. O dia que vi o Pelé em ação na minha frente durante um jogo em Ilhéus foi inesquecível. Eu era um adolescente de 13 anos e foi o maior presente que ganhei dos meus pais", disse o presidente da CBF.
Ex-companheiros prestam homenagem
Entre os presentes para o adeus ao Rei do Futebol, figuram nomes que escreveram suas histórias no Santos e no futebol ao lado de Pelé. O goleiro Agnaldo, que defendeu a meta santista no icônico jogo do milésimo gol de Pelé, falou sobre a morte do amigo."Com o Pelé, a gente sempre entrava em campo ganhando. O futebol mudou depois que surgiu Pelé. O pessoal faz comparações, mas nao precisa. Pelé é Pelé. Não tem nem vai ter outro. Dei a volta com ele no ombro no Maracanã. Isso ficou marcado. Nunca vou esquecer", disse Agnaldo.
Manoel Maria, amigo do Rei do Futebol e ex-companheiro de Santos, revelou o sentimento de tristeza de "ter perdido um irmão", com a morte de Pelé.
"Sentimento de tristeza, né? De ter perdido um irmão. Uma convivência de 54 anos. Eu sinto bastante. Esses dias todinhos, quando o vejo dar entrevista, me emociono. Tenho de assimilar isso. Sei que vai passar. Ele sempre será eterno dentro do meu peito, o Edson. Pelé será eterno para o Mundo", disse.
Companheiro de ataque de Pelé na conquista do tricampeonato mundial da seleção brasileira na Copa de 1970 no México, Roberto Rivellino utilizou as redes sociais para se despedir de forma emocionada do amigo nesta segunda-feira.
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O ídolo de Corinthians, Fluminense e da seleção brasileira optou por homenagear o Rei do Futebol com uma postagem repleta de fotos e de capas de jornais que traziam ele ao lado de Pelé.
"O maior jogador do mundo, não vai existir outro. Obrigado por existir na minha vida. Você não morreu. Você é eterno. A bola está em pranto", escreve Rivellino.