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15 anos após o crime, Lindemberg tem rotina de leitura e trabalho em prisão com presos famosos

Por redação com G1 05/05/2023 19h07
Lindemberg será julgado por 12 crimes - Foto: Diogo Moreira/Futura Press/AE

Condenado a 39 anos de prisão por matar Eloá Pimentel há 15 anos, Lindemberg Alves mantém rotina de leitura e trabalho na P2 de Tremembé (SP), penitenciária conhecida por receber presos envolvidos em casos de grande repercussão como Alexandre Nardoni, que matou a filha em 2008.

Preso em Tremembé desde a época do crime, em 2008, Lindemberg manteve ao longo dos últimos 15 anos participação em salas de leituras, fez cursos de qualificação oferecidos internamente e trabalhou em oficinas na unidade prisional.

Considerado preso com bom comportamento e sem infrações graves, Lindemberg conseguiu no fim de 2022 a progressão para o regime semiaberto, que é mais brando. No regime, o preso tem direito a saídas temporárias e pode trabalhar fora da prisão, retornando após o expediente, desde que com autorização da Justiça.

A progressão de Lindemberg ao regime aberto, no entanto, é questionada pelo Ministério Público. O órgão recorreu da decisão da Justiça em 13 de dezembro e aguarda decisão do judiciário.

Marcia Renata, advogada de Lindemberg, afirma que a permanência do detento no regime semiaberto é justa e que deve-se levar em consideração que ele cumpriu todos os requisitos previstos em lei.

Relembre o caso


O crime aconteceu em outubro de 2008 em Santo André (SP). Na época, Lindemberg invadiu o apartamento onde morava Eloá e manteve ela, sua amiga Nayara Rodrigues e outros dois colegas de escola delas, reféns.

Eloá ficou cinco dias em cárcere privado, sob ameaças do namorado. Os outros reféns foram liberados, mas Nayara voltou ao local por orientação da polícia. No dia 17 de outubro de 2008, a polícia invadiu o local depois de escutar um ruído que seria de um tiro.

Antes da entrada da PM, o Lindemberg ainda conseguiu balear Nayara, que sobreviveu, e deu dois tiros em Eloá, que morreu.

Lindemberg foi preso em flagrante e, quatro anos depois, condenado a 98 anos de prisão. Em 2013, a pena dele foi reduzida para 39 anos. Em 2021, o detento chegou a obter progressão ao regime semiaberto, mas o benefício foi revogado quatro meses depois. No fim de 2022, conseguiu progredir novamente ao semiaberto.