Alinhado às tendências digitais e tecnológicas, o segmento esportivo e a indústria do entretenimento fazem boas jogadas para fidelizar, atrair e oferecer múltiplas vertentes de consumo midiático ao público interessado. Há um tempo a estratégia apenas de marketing, publicidade e patrocínio deu lugar a parcerias que geram mais envolvimento com os fãs do esporte.

A Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022–2026, publicada pela PwC Brasil, avaliou a dimensão da potência do mercado de entretenimento, com previsão que chegue a US$ 3 trilhões em receitas até 2026. O segmento de games e eSports já é um exemplo consolidado de bons resultados, gerando uma perspectiva de faturamento de US$ 323,5 bilhões nos próximos três anos.

O eSports mostra o que há de mais novo entre diversão e esporte, uma fusão que reflete não somente a essência da modalidade, como também uma exposição mais ampla no meio digital que levou até mesmo as mídias tradicionais a reconhecerem o nicho como oportunidade crescente. Os times, as ligas, os campeonatos globais, as marcas, os produtos tecnológicos envolvidos, tudo está alinhado aos conceitos atualizados de modernidade e ainda a regras, treinamentos e senso de equipe que ditam o esporte.

O elemento competitivo também é um atrativo para jogos da mente, ou seja, que envolvem estratégias, raciocínio lógico e muita prática. Assim, um clássico e empolgante jogo de poker ganha visibilidade em torneios tanto online como presenciais. É possível disputar digitalmente ou mesmo assistir em tempo real às principais competições do mundo. O boom do poker, iniciado com as transmissões televisivas, se atualizou aos tempos digitais. Esse então é mais um dos cases que podemos citar.

Outro que se reinventou, à medida que se popularizou com o entretenimento, é o automobilismo, especialmente a F1. Passou a oferecer o acesso online, ao vivo ou em arquivos para diferentes dispositivos, acelerando nos bons resultados do streaming. Hoje os apaixonados pela velocidade não dependem apenas da TV tradicional, sendo que a plataforma oficial tem o atrativo de selecionar as câmaras e os áudios de equipe, além de outros dados para curtir corridas e treinos.

Na categoria de lutas, o boxe pode ter sido o pioneiro na popularização do entretenimento do esporte, mas o MMA, principalmente com o UFC, conquistou o público e gerou novos produtos de consumo midiático. Na mesma tendência, o que antes significava acertar os relógios para ver uma única luta tão esperada pela TV, ou pagar um canal de TV a cabo, hoje representa possibilidades de sentir a vibração da arena, em um bar com televisão ligada, em casa, de qualquer lugar com um celular a mão, ou imerso na interatividade de live streaming especializada.

A mídia multiplataforma também foi experimentada ao longo dos anos para introduzir os esportes radicais de uma forma mais inteligente e atrativa. Uma sacada que envolve associação de grandes marcas, como no caso da Red Bull. O entretenimento dos esportes em produtos, eventos, shows, produções audiovisuais, ativações digitais e ramificações influenciadoras nas redes. Mais uma receita de sucesso.

Outros esportes, que levam nomes de grandes astros, ditam tendência tanto no universo esportivo como na música, arte, moda e, claro, entretenimento. A maior liga de basquete, a NBA, tem forte influência online. Surf e skate, que já entraram para os Jogos Olímpicos, experimentam a onda do apelo reverberado pelo digital.

O tradicional futebol, com as maiores estrelas e um histórico forte de renda em transmissões e patrocínios, continua sendo referência em entreter os fãs para muito além dos jogos, incluindo fantasy games e apostas esportivas online nos tempos atuais. E o futebol americano eleva a cada ano os patamares de sucesso com megaproduções do Super Bowl, que ganham em audiência e trending topics nas redes.

O que facilita tudo isso? O acesso cada vez maior, universal, à internet e os conteúdos adaptados aos diferentes dispositivos, seja no computador, notebook, tablet ou smartphone. São parcerias de sucesso para o esporte e o entretenimento, em faturamento, em base de fãs, audiência e seguidores, garantindo perspectivas futuras para os dois mercados.