Investigação do caso Daniel Alves é finalizada, e lateral será julgado por agressão sexual
Daniel Alves será julgado pelo crime de agressão sexual na Espanha. A Justiça da Catalunha confirmou ao ge que encerrou a investigação sobre a denúncia contra o brasileiro, e a conclusão é de que há indícios de que ele tenha cometido agressão sexual contra a mulher de 23 anos no último dia 30 de dezembro, em Barcelona.
O jogador, de 40 anos, foi intimado para comparecer perante a juíza Concepción Cantón na próxima quarta-feira. Ele será comunicado dos trâmites legais do julgamento e terá uma última chance de se manifestar perante a magistrada.
A Justiça impôs a Daniel Alves o pagamento de € 150 mil (R$ 783 mil) à vítima caso seja condenado, a título de danos morais e psicológicos. O lateral, que teve três pedidos de liberdade negados, vai aguardar o julgamento na prisão onde está desde janeiro, nos arredores de Barcelona.
Veja o comunicado da Justiça ao ge na íntegra:
O valor imposto (€ 150 mil) é a título de responsabilidade civil, de forma a cobrir eventuais danos. Em nenhum caso é fiança que envolve, ao pagá-la, sair imediatamente da cadeia.
Ainda não há data para o julgamento, pois o processo está em fase final no tribunal de instrução. Em seguida, deve ser encaminhado ao Tribunal Provincial, que é onde será realizado o julgamento do tipo de crime em questão, e aí devem ser feitos os procedimentos de habilitação (onde as partes apresentam seus escritos e pedem as penas ou absolvição).
A investigação do caso já terminou e por isso já foi expedido o despacho onde é formalmente informado do crime pelo qual foi indiciado.
Próximos passos
A promotoria irá peticionar a pena que Daniel Alves deverá cumprir caso seja condenado. A defesa de Daniel Alves também irá pedir a absolvição do lateral. Ambas as manifestações são protocolares e precisam ser oficializadas.
De acordo com a imprensa espanhola, a acusação deve pedir 10 anos de prisão. O julgamento ainda não tem data marcada, mas está previsto para ocorrer entre o fim de 2023 e o início de 2024.
Entenda a acusação
Nos primeiros dias após a prisão do jogador, os principais jornais da Espanha – como "El País" e "El Mundo", de Madri, e "El Periódico" de Barcelona – publicaram trechos do depoimento prestado à Justiça pela mulher que acusa Daniel Alves de estupro. O jogador está em prisão preventiva sem direito a fiança. Ele nega ter cometido o crime do qual é acusado.
De acordo com os relatos publicados pela imprensa espanhola, a vítima contou no depoimento que no dia 30 de dezembro de 2022 estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP. Um garçom as levou até uma mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de mexicanos, amigos do jogador, o apresentou à denunciante.
Segundo os jornais, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador "levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada". Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até uma porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido o crime.
Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Daniel Alves a teria penetrado de maneira violenta até ejacular. Ele teria sido o primeiro a deixar o banheiro. Quando ela saiu, contou o que aconteceu a uma amiga.
Quando a segurança do local foi informada, o lateral já tinha deixado a boate. A vítima foi imediatamente fazer exames num hospital. Dois dias depois, ela fez a denúncia à polícia. O DNA de Daniel Alves foi encontrado nos testes feitos pela moça. Desde o início, a juíza do caso afirma que "há provas suficientes" para a condenação do jogador.
Segundo a imprensa espanhola, a previsão é que o julgamento ocorra entre o fim de outubro e início de novembro. Desde que foi preso, Daniel Alves teve três pedidos de liberdade provisórias negados, o último deles em junho.