PF faz operação contra hacker da Vaza Jato e deputada federal Carla Zambelli
Núcleo bolsonarista tenta isolar Zambelli e blindar Bolsonaro após operação da PF
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 02, o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato. A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Os mandados foram cumpridos no apartamento e no gabinete da deputada federal.
A Operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também determinou apreender o passaporte da parlamentar e dinheiro e bens acima de R$ 10 mil.
Segundo as investigações da PF, a equipe da deputada teria pago R$ 13.500 para Walter Delgatti Neto, via PIX. Ele teria sido pago para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A PF também apura se também houve pagamentos em dinheiro vivo para o hacker, conforme denunciado por ele mesmo em depoimento.
Delgatti disse aos investigadores que "foi pago para ficar à disposição da deputada" e citou nomes de um assessor e um motorista da deputada responsáveis pelos repasses em dinheiro e em PIX.
Conforme a PF, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo três no Distrito Federal e dois em São Paulo, além de um mandado de prisão preventiva.
Nesta operação de hoje, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Dentre eles há um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No ofício, havia inclusive a frase "faz o L".
Carla Zambelli Isolada
Segundo pessoas mais próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi intensificada a estratégia de isolar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) após a operação da Polícia Federal de hoje. O núcleo bolsonarista estaria temendo que as investigação da PF acabe respingando no próprio Bolsonaro. A ordem é tratar Zambelli como uma espécie de "lobo solitário", que teria agido sozinha ao se aproximar do hacker durante a campanha eleitoral do ano passado.