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Pedreiro faz pichação na própria casa com apelo para vender imóvel e pagar cirurgia: 'Pedido de socorro'

Por g1 25/08/2023 14h02
Isaías dos Santos, de 44 anos, aguarda cirurgia na coluna há 2 anos - Foto: Reprodução/EPTV

Sofrendo com dores incessantes há cerca de 2 anos, o pedreiro Isaías dos Santos, de Sumaré (SP), decidiu colocar a própria casa à venda e fez um apelo, por meio de uma pichação, para pagar a cirurgia necessária para a condição que enfrenta: "isso é um pedido de socorro", diz um trecho da mensagem.

"Tenho problema na coluna. Só uma cirurgia resolve esse problema. Sofro há 2 anos com as dores. Os medicamentos que os médicos passam já não fazem efeito. Já tentei recorrer de todas as formas possíveis. Vou várias vezes à UPA e nada resolve. Eu vendo minha casa para fazer cirurgia. A cirurgia ficou no valor de R$ 100.000,00. Isso é um pedido de socorro", escreveu o morador.

Os documentos guardados pelo morador mostram que ele passou por vários médicos, tanto na rede pública, quanto na particular. Em abril do ano passado, um exame indicou a urgência da cirurgia, que foi recusada algumas vezes.

"Estou há dois anos vivendo essa vida, não ando mais pra canto nenhum, só dentro de casa. [...] Eu preciso de uma cirurgia da hérnia de disco e de uma perda de cartilagem na coluna. O médico falou que tem que colocar um pino na coluna porque eu perdi toda a cartilagem", lamenta o morador.

Em novembro de 2022, uma médica chegou à fazer um apelo ao Hospital da Unicamp para que o procedimento fosse realizado. O pedido foi endossado, ainda, pelo Centro de Neurologia, mas a cirurgia não ocorreu.

"O médico falou: 'Isaías, essa cirurgia é para você sorrir, para você andar, não é para trabalhar mais. No final do ano vai completar dois anos que eu estou nessa situação. Eu me sinto abandonado por Sumaré, eu já corri para todo lado, pedi socorro para todo lado e eles não fazem nada", diz.

Pichação traz apelo de morador de Sumaré (SP) para pagar cirurgia na coluna — Foto: Edijan Del Santo/EPTV

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Isaías tem 44 anos, mora sozinho e conta com a ajuda da família, em especial da irmã, para realizar tarefas cotidianas. Maria Zilma Silva acompanha de perto as idas e vindas do irmão ao hospital, sempre marcadas por episódios de angústia.

"Sempre ele vai dia sim, dia não para o hospital. Levo ele chorando, gritando, às vezes o pé dele gela, as mãos. Às vezes eu levo ele e penso que ele não volta mais vivo de tanta dor que ele passa", conta a dona de casa.

Além dos familiares, o pedreiro também conta com a ajuda de vizinhos para manter a casa organizada e buscar remédios, por exemplo. Atualmente, Isaías anda muito pouco dentro de casa, sempre com a ajuda de uma muleta.

"A gente fica muito triste, porque é um descaso com a sociedade. As pessoas doentes desse jeito, tem dia que nem anda, e ninguém faz nada? Vai e vem para a UPA e ninguém faz nada? Eu acredito que tenha que fazer alguma coisa por ele, ajudar ele", afirma a doméstica Ivete Rodrigues.

O que diz a Saúde?

Em nota, o Hospital Estadual de Sumaré informou que Isaías passou por consulta no dia 5 de abril e, nesta data, a equipe de neurocirugia indicou um tratamento conservador, sem necessidade de cirurgia.

"Os exames que afirmam o contrário não foram realizados pela instituição e, até o momento, ele não apresentou os documentos à equipe que acompanha seu caso", diz o texto.

A unidade de saúde ressaltou, contudo, que o morador possui consulta agendada para o dia 4 de outubro e deve passar por uma nova avaliação e continuidade de tratamento.

Já a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o paciente foi "devidamente atendido" e que a cirurgia é de responsabilidade do Estado.

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