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João Carreiro ficou dois anos afastado dos palcos para tratar depressão e transtorno que o fazia ver tragédias

Por redação com G1 06/01/2024 17h05
João Carreiro - Foto: Jornal Nacional/Reprodução

De 2013 a 2015, João Carreiro - que morreu, nessa quarta-feira (3), em Campo Grande, - ficou afastado dos palcos para tratar uma depressão e um quadro grave de Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC). Após o tratamento, o sertanejo não hesitou em falar da doença e como fez para superá-la.

Em uma entrevista ao "Encontro", ainda com Fátima Bernardes no comando do programa diário da Globo, João Carreiro lembrou que recebeu o diagnóstico ainda em setembro de 2012, no auge da carreira, junto com Capataz.

"Tive depressão e TOC. Na época eu fiquei muito mal, a dupla estava no melhor momento da carreira, ninguém entendeu aquilo. Não entenderam o porquê de eu parar. Quando fui me consultar com o psiquiatra, ele pediu para eu parar naquele dia. Era setembro, eu tinha agenda até dezembro. Eu precisava cumprir os compromissos, terminei aquele ano, mas foi muito difícil", lembrou o sertanejo.

A depressão era grave, como o cantor ponderou em vida. Sobre o TOC, Carreiro tinha um quadro específico. O sertanejo tinha alucinações e repetições de fragmentos do que vivia.

Ao "Encontro", Carreiro relatou que via tragédias se repetindo na mente. "Como eu decidi parar, eu achava que todos me achavam mentiroso. Eu via as pessoas que eu amava, os próximos, me matando e judiando".

"O que via na minha mente era real. As únicas pessoas que eu confidenciava eram a minha esposa e meu psiquiatra. Eu tinha certeza que aquilo ia acontecer. Se eu tinha uma imagem de um amigo, depois eu ia ver ele pessoalmente e essa pessoa saía, achava que era para me matar. Aquilo não acontecia, minha cabeça formava outra tragédia", comentou durante a roda de conversa.

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João Carreiro voltou aos palcos, em 2015. Foram dois anos de tratamento psicológico e psiquiátrico. Durante o bate-papo, o sertanejo lembrou que só com a ajuda médica que conseguiu entender as doenças.

"O médico conseguiu me convencer que aquilo era coisa da minha cabeça. Tomei antialucinógenos, antidepressivo e ansiolíticos. A fé em Deus me ajudou muito, a base na minha família também".