Entregador baleado após PM se recusar a buscar pedido está em estado grave
O entregador baleado após um policial militar ter se recusado a descer para buscar o pedido na portaria está internado em estado grave. O caso ocorreu na noite de segunda-feira (4), na Vila Valqueire, zona oeste do Rio de Janeiro.
Entregador foi baleado na perna e está em estado grave. Nilton Ramon de Oliveira está internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na zona norte. O estado de saúde foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde, que não repassou mais informações sobre o atendimento.
O policial militar e a esposa dele fizeram um pedido de comida por aplicativo, que foi entregue por Nilton. Após a chegada da encomenda, o agente e a mulher teriam se recusado a descer para buscá-la, e o entregador informou que não iria subir até o apartamento deles porque não fazia parte de seu trabalho. As autoridades não divulgaram a identidade do agente.
Como o PM não desceu, o entregador fez os trâmites de devolução do produto e retornou para o estabelecimento onde a compra foi feita, quando foi abordado pelo cliente, na praça Saiqui. Imagens feitas por Nilton mostram ele e o suspeito discutindo. O agente está armado e questiona por que o entregador está "com a mão na cintura". O jovem nega que esteja armado, levanta a camisa e fala: "Tô armado não, filho. Sou trabalhador".
Em seguida, o jovem diz estar sendo ameaçado pelo policial. "Ele está tentando me agredir. Mostrou a arma na minha cara. Tira a arma e faz na mão", falou o trabalhador.
O agente rebate o entregador e diz que ele teria sido mal-educado com sua esposa. "Trabalhador o caralh. Minha mulher te tratou com maior educação, vai tomar no seu c. Seja educado. Não se propõe a fazer entrega? Então seja educado. Minha mulher tem 42 anos e te respondeu na maior educação".
Posteriormente, é possível ver Nilton caído no chão, ensanguentado, baleado na perna. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
O policial se apresentou na delegacia, prestou depoimento no 32º DP de Taquara e foi liberado em seguida. O policial alegou ter agido em legítima defesa. Não foi informado se ele teve a arma apreendida. O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria abriu um procedimento para averiguar as circunstâncias do fato e que ocorrência está em andamento.