Infartos e ataques cardíacos podem atingir pessoas de todas as idades, independentemente do sexo. É o que alerta o cardiologista do Hospital do Coração Alagoano, Carlos Humberto Bezerra Júnior, que esclarece os sintomas e sinais que as pessoas devem ficar atentas e buscar atendimento em um serviço de saúde. Isso porque, segundo ele, o ataque cardíaco acontece quando parte do músculo do coração deixa de receber sangue, por causa de algum bloqueio.





Os sintomas mais comuns de problemas cardiovasculares são cansaço, falta de ar, náuseas, suor intenso e dor no peito que irradia para o braço esquerdo. Dentre os sintomas mais raros, mas também possíveis, estão dores abdominais e enjoos, além de cansaço excessivo e sem causa aparente.

“Estima-se que mais de 300 mil casos ocorram anualmente no nosso país, demonstrando um número exorbitante de pacientes que sofreram infarto do miocárdio. É importante ficar de olho nesses sinais e procurar com urgência as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e hospitais para sanar dúvidas relacionadas a esses sintomas. De antemão, os pacientes que já têm fator de risco ou estão iniciando uma atividade física, necessitam de uma avaliação por um médico responsável, seja cardiologista ou do esporte”, esclareceu Carlos Humberto Bezerra Júnior.





O cardiologista do Hospital do Coração Alagoano destaca, também, que fatores de risco podem afetar a saúde do coração, sendo os principais deles a obesidade, índices elevados de pressão arterial, colesterol, glicemia, sedentarismo, tabagismo e dieta não saudável ou irregular. “As visitas regulares a um cardiologista são essenciais, com a realização de exames rotineiros, como eletrocardiograma e teste ergométrico simples, para ver se o paciente tem alguma manifestação de doença cardíaca e orientá-lo a respeito do tratamento das doenças crônicas, que possam levar, mais para frente, a facilitação de formação de placas no coração”, disse o especialista.



Bate Coração



Implantado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), o Programa Bate Coração reduz o tempo-resposta e aperfeiçoa o tratamento efetivo de pacientes que sofrem do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A iniciativa disponibiliza informações relevantes, em tempo real, para os profissionais de saúde. “Nosso programa levou especialistas em cardiologia às UPAs e também aos hospitais regionais, que passaram a ter acesso, 24 horas por dia, a profissionais habilitados para auxiliar os médicos clínicos sobre qual procedimento é mais eficaz em caso de infarto”, explicou o cardiologista do Hospital do Coração Alagoano.



O programa já atendeu 55 pacientes que sofreram infarto, tendo realizado 24 angioplastias primárias e 13 trombólises. “Também trazemos, como apoio às unidades regionais, o HGE [Hospital Geral do Estado] e o Hospital do Coração Alagoano para recepcionar os pacientes com o tratamento de angioplastia primária e o trombolítico, que é a medicação que pode abrir a artéria no momento do infarto, reduzindo assim a mortalidade”, concluiu Carlos Humberto Bezerra Júnior.



Beneficiados

Natural da cidade de Penedo, o aposentado Adelmo da Silva, de 71 anos, está internado no Hospital do Coração Alagoano há quatro dias, e passou por cateterismo e angioplastia após sofrer um infarto. “Comecei a me sentir mal e fui até a UPA da minha cidade, me medicaram, mas não melhorava. Um médico disse que estava com a veia entupida e já com infarto e precisava ser transferido para Maceió. Como não ia dar tempo de chegar, foi necessário vim no helicóptero do Samu”, relembrou.



Adelmo Silva, destacou o atendimento da unidade no pedido de internação. “Esse hospital é muito bonito e o atendimento excelente. Fui muito bem atendido e quero agradecer a todos os médicos e enfermeiras que me deram toda assistência”, salientou.



Já o paciente José Carlos da Silva, de 71 anos, que reside na cidade de Mata Grande, recordou os sintomas que sofreu ao infartar. “Nunca pensei que iria sofrer uma situação dessa, mas, de repente, quando ia dormir, comecei a sentir uma dor no joelho muito forte, e, mesmo agasalhado, comecei a suar demais da conta, além de uma pressão muito grande no peito. Foi terrível”, disse.





Ele explicou que a princípio foi levado ao hospital da cidade natal, mas, logo em seguida, foi encaminhado ao Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), no município de Delmiro Gouveia. Após os procedimentos cabíveis, ele foi transferido para o Hospital do Coração Alagoano. “Aqui passei pelo cateterismo e angioplastia e, agora, estou só no aguardo de receber alta. Como sertanejo, de modo geral, não posso parar por muito tempo, mas, agora, quero pisar um pouco no freio e passar mais tempo com a minha família”, enfatizou.