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Israel decide encerrar rede al-Jazeera no país, anuncia Netanyahu

Por redação com O Globo 05/05/2024 10h10
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu - Foto: Ohad Zwigenberg/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo que o seu governo decidiu encerrar o canal de notícias al-Jazeera, do Catar, por conta da sua cobertura do conflito em Gaza. Segundo ele, a decisão foi unânime.

Netanyahu autorizou o ministro das comunicações de Israel, Shlomo Karhi, a ordenar o encerramento das atividades do canal de notícias no país, interrompendo as transmissões e fechando seus escritórios, além de limitar o acesso dos israelenses ao site de notícias da rede.

Após o anúncio, que já era esperado, o chefe da al-Jazeera responsável por Israel e territórios palestinos classificou a medida do governo como "perigosa e política", e disse que a equipe jurídica da rede, a maior em árabe do mundo, está preparando uma defesa.

A lei que permite ao governo suspender a transmissão da al-Jazeera, proposta por Netanyahu e pelo ministro das comunicações, Shlomo Karhi, foi aprovada em abril no parlamento israelense, com apoio de 71 parlamentares, enquanto 10 se opuseram. Essa medida veio em um momento de crescimento da pressão popular sobre Netanyahu quanto ao modo como lidou com a guerra e à demora para libertar os reféns que continuam em Gaza.

Essa lei permite que o ministro das comunicações, com o consentimento do primeiro-ministro, ordene a cessação das transmissões de um canal estrangeiro que transmita em Israel se o primeiro-ministro estiver convencido de que o seu conteúdo ameaça diretamente a segurança do país.

Na época, o primeiro-ministro disse no X que "a al-Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das Forças Armadas de Israel" e que era "hora de retirar o porta-voz do Hamas do país".

Desde o início do conflito, a al-Jazeera, um dos poucos canais internacionais que transmite ao vivo de Gaza durante a guerra, tem sido criticado por parlamentares israelenses de diferentes espectros políticos por uma suposta agenda anti-Israel. No ano passado, no entanto, o governo impediu tentativas de fechar o canal de notícias para evitar atrapalhar os esforços de mediação do Catar nas negociações com o Hamas.