VÍDEO: Primeiro-ministro da Eslováquia é baleado e levado ao hospital
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi baleado e levado de helicóptero às pressas a um hospital nesta quarta (15). Segundo o seu gabinete, seu estado de saúde é grave. Um suspeito foi preso no local.
Quatro tiros teriam sido ouvidos após uma reunião de governo na cidade de Handlová, a 190 km da capital, Bratislava. Um dos disparos atingiu o premiê no abdômen, disse a rede de TV TA3.
Segundo informações do site de notícias eslovaco Aktualít, poucas pessoas esperavam Fico do lado de fora do local onde a reunião havia ocorrido. Nenhum deles vaiava ou gritava palavras de ordem contra o governo. Apenas um homem parecia protestar, com um cartaz em mãos.
De acordo com a imprensa local, o autor dos tiros teria 71 anos.
A presidente do país, Zuzana Caputová, condenou em nota o "brutal" ataque sofrido por Fico, e lhe desejou uma pronta recuperação.
O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, também se manifestou, dizendo que a notícia é um "choque". Ele também deseja que o colega se recupere rapidamente.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse "condenar fortemente o ataque" -- a Eslováquia faz parte da União Europeia desde 2004.
Entre os líderes que condenaram o atentado também estão o chaneler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Pró-Rússia e nacionalista
Robert Fico foi o mais votado nas eleições gerais de setembro de 2023 na Eslováquia com uma plataforma pró-Putin, contra a ajuda da União Europeia e da Otan à Ucrânia.
A posição da Eslováquia é relativamente importante, já que o país faz parte da Organização Militar do Atlântico Norte, a aliança militar do Ocidente.
O partido de Fico, o Direção Social-Democracia (Smer-SSD), é mais nacionalista e socialmente conservador, criticando o liberalismo social, que diz ser imposto a partir de Bruxelas.
Fico já deu declarações condenando o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por esses casais. Em questões econômicas, ele é visto como trabalhista, tendo implementado reformas que dão direito a aviso prévio, regras mais rígidas para horas extras e mais poder a sindicatos.
Ele expressou posições anti-imigração de muçulmanos para o país e, em política externa, é visto como pró-Rússia e contra a instalação de bases militares dos EUA na Europa Central.
Fico já havia sido premiê em outros dois períodos, entre 2006 e 2010, e entre 2012 e 2018. Desta última vez, ele renunciou ao cargo ao ser pressionado pela oposição, depois do assassinato de um jornalista que investigava a corrupção em seu governo.