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John Textor contrata ex-promotor do Fifagate para processar Leila Pereira nos EUA

Por Redação com GE 12/07/2024 19h07
John Textor na CPI de manipulações de jogos - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O dono do Botafogo, John Textor, que é americano, pretende processar a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, na Justiça dos Estados Unidos. Os dois dirigentes têm trocado acusações e críticas desde o fim do ano passado, quando os dois times disputaram o título brasileiro vencido pela equipe paulista, e estão em guerra judicial no Brasil.

Textor afirmou em entrevista ao ge que contratou o advogado Paul Tuchmann para processar Leila nos EUA. Tuchmann é um ex-promotor do Departamento de Justiça dos EUA que atuou diretamente no Fifagate, a maior investigação sobre corrupção da história do futebol, que resultou na prisão de dezenas de dirigentes – entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

– Ela cruzou a linha. Eu vou atrás dela. Eu contratei Paul Tuchmann, que teve papel determinante na queda de dirigentes da Fifa. Ele agora está no setor privado, é advogado. Eu vou olhar de forma responsável o que pode ser feito. Estou obviamente sendo atacado – disse Textor.

O dirigente do Botafogo citou uma "ordem executiva" assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em dezembro de 2023, que prevê restrições de entrada naquele país de pessoas que "estiverem envolvidas com corrupção, incluindo lavagem de dinheiro ou obstrução de processos investigativos, entre outros atos".

– Não é um crime, porque Leila não fez nada nos EUA, mas é uma regra anticorrupção. Diz que as pessoas que impedirem ou obstruírem investigações anticorrupção podem perder seus vistos e podem perder seu direito de visitar os EUA. Do ponto de vista de calúnia ou difamação, é claro. Ela faz uma campanha, dizendo na imprensa internacional que John Textor precisa pagar pelos crimes que cometeu contra a população, os clubes e as instituições do Brasil.

John Textor também incluiu o auditor do STJD Mauro Marcelo de Lima e Silva na lista de pessoas que "cruzaram a linha".

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– Saiu uma manchete no "New York Times" dizendo que eu corria o risco de pegar uma suspensão de seis anos. Não acho que eu esteja [sob risco]. Esta foi só uma sugestão de um torcedor do Palmeiras – ironizou o dirigente do Botafogo, em referência a Mauro Marcelo.

O auditor é o autor de um relatório que sugere uma punição de seis anos de suspensão e o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões para John Textor. O documento sustenta que o dirigente do Botafogo fez acusações sem provas contra clubes, atletas e árbitros.

– Estou bem representado [na Justiça dos EUA]. Leila cruzou a linha. Este senhor Mauro cruzou a linha. Então eu e Paul Tuchmann vamos olhar para isso.

Nos últimos meses, Leila Pereira fez diversas críticas a Textor, em razão das acusações de manipulação feitas pelo americano.

Na manifestação mais recente sobre o assunto, no dia 5 deste mês, a presidente do Palmeiras voltou a pedir punição ao americano.

– O relatório reforça o que temos falado nos últimos meses sobre o sr. John Textor. Trata-se de um irresponsável que precisa ser punido exemplarmente pelos crimes que tem cometido contra pessoas, clubes e entidades – afirmou Leila.

A assessoria de comunicação do Palmeiras informou que Leila Pereira não vai se manifestar sobre a ameaça de processo na Justiça dos Estados Unidos, pois já disse tudo o que pensa sobre o dono da SAF do Botafogo.

Botafogo e Palmeiras vão se enfrentar nas oitavas de final da Libertadores, em agosto. Na próxima quarta-feira, as duas equipes medirão forças pelo Brasileirão, no Nilton Santos, em jogo que vale a liderança da competição.