Endrick, de 18 anos, foi oficialmente apresentado ao Real Madrid neste sábado, 27. Logo após cerimônia no estádio Santiago Barnabéu, onde o jogador de futebol foi ovacionado por torcedores, ele concedeu sua primeira entrevista coletiva como membro do time espanhol. Na conversa, ele falou sobre a emoção de realizar um sonho, comparações com Vini e Rodrygo e como pretende lidar com a pressão da camisa 16.

Visivelmente emocionado, Endrick não pôde deixar de comentar o fato de ter sido recepcionado por 43 mil pessoas no estádio Santiago Barnabéu. Para ele, a cerimônia apenas demonstrou a força da torcida. "Estou muito feliz, eu não esperava tanta gente. Não esperava. Estou chegando agora, e quando pisei no campo, olhei que estava todo lotado, eu pensei: ‘Essa torcida realmente é uma loucura, está sempre apoiando a equipe’. Me receberam muito bem. Estou muito feliz de estar aqui. Todo o estádio estava gritando meu nome, é muito especial. Sou muito grato por tudo que está acontecendo na minha vida".

Ao falar da realização do sonho de entrar para o Real Madrid, ele citou sua infância e seu ídolo, Cristiano Ronaldo. "Não estava nos meus planos [tão cedo]. Mas desde criança amo o Real Madrid por causa do CR7. Desde criança, sou apaixonado pelo time. Estar jogando com o Real, para mim, é impressionante".

Com outros brasileiros no time, como Vini Jr e Rodrygo, ele comentou que já 'trocou figurinhas' com os colegas e que está ansioso para colaborar com os jogadores em campo. "Com os três! Éder Militão, Rodrygo e Vini falaram comigo na última convocação. Falaram da cidade. Estava chegando o momento de chegar ao Real Madrid. Falaram sobre os treinos, dos jogos, mas estávamos focados na Copa América. Agora vamos conversar mais e espero que possamos ficar bem fortes e para ajudar o Real".

Pressão nos jogos e a maldição da camisa 16

Novato no time, ele contou que está disposto a aprender com todos e que a pressão é algo do passado.

"Eu senti muita pressão no início, mas agora eu só quero deixar minha família feliz. Tenho que fazer tudo por eles e não me preocupar com pressão. Se eu estou no estádio e marco um gol, vou ficar feliz ao vê-los feliz. Fico feliz de ter uma família assim, e vou fazer tudo para deixá-los feliz [...] Estou ciente que vou aprender muito aqui. Minha cabeça está em aprender, ajudar os jogadores dentro e fora de campo".

Para além do jogo mental, Endrick terá um desafio supersticioso no time espanhol. O brasileiro ficou encarregado de vestir a camisa 16 que, segundo o jornalista Thiago Arantes, ganhou fama de "maldita" no Real Madrid. Segundo ele, a camisa costuma ser usada por jogadores que decepcionam no desempenho.

O último jogador que usou a camisa 16, por exemplo, foi o lateral-direito Álvaro Odriozola, na temporada de 2022-23. Ele jogou apenas seis partidas e na única que foi titular sofreu uma lesão. Depois, deixou o clube.

Na última década, os jogadores que usaram o 16 não tiveram grandes destaques. Em 2021-22, a camisa foi usada pelo atacante sérvio Luka Jovic, um reserva pouco usado; em 2020-21, o dono do 16 foi Borja Mayoral, outro atacante que teve raras chances de brilhar. Na temporada passada, o 16 nem foi usado.

O Real Madrid negociou a contratação de Endrick com o Palmeiras em dezembro de 2022, quando ele ainda tinha 16 anos. Na época, o clube desembolsou cerca de € 70 milhões, algo como R$ 393 milhões.