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Jogador de equipe do Espirito Santo morre com um tiro na cabeça, após mexer em arma

Por Redação com GE 26/09/2024 15h03
Murilo Costa, jogador do Porto Vitória que morreu com um tiro na cabeça - Foto: Divulgação

Morreu na tarde desta quarta-feira, o jogador de 14 anos, do Porto Vitória, que levou um tiro na cabeça em Cariacica, na Grande Vitória, no sábado. Segundo a equipe médica, a família decidiu doar os órgãos.

Murilo Costa Felix Oliveira, de 14 anos, era da equipe que estava disputando a Copa Espírito Santo Sub-15. No momento do incidente, o jovem estava na casa de um amigo, de 15 anos, manuseando uma arma que pertencia ao pai do colega, com o amigo, quando o disparo aconteceu.

O g1 conversou com o médico do Porto Vitória, José Carlos Gomes, que acompanhava o paciente no Hospital Nossa Senhora da Glória Dra. Milena Gottardi, em Vitória. Ele disse que o paciente passou por novos exames que comprovou a falta de fluxo sanguíneo.

- Era por volta de 18h que a família foi comunicada. O pai resolveu doar os órgãos e captação começou ontem mesmo. Ainda é cedo para dizer quais órgãos serão doados - explicou Gomes.

A família disse para o médico disse que o enterro de Murilo está previsto para a manhã desta sexta-feira, no cemitério Parque da Paz, em Cariacica. O Porto Vitória, time em que o jovem fazia parte, lamentou a morte do jogador nas redes sociais.

- É com imenso pesar que o Porto Vitória lamenta o falecimento do atleta Murilo Costa Felix, jogador da equipe Sub 15 do verdão. Murilo foi internado em estado grave no Hospital Infantil de Vitória na noite do último dia 21/09, após ter sido baleado na cabeça, ele lutou bravamente, mas infelizmente na noite do último dia 25/09 a equipe médica que acompanhou Murilo constatou a morte cerebral do jovem de apenas 14 anos.

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Entenda o caso

De acordo com a Polícia Militar, o amigo de 15 anos contou que os dois estavam na casa dele, quando ele pegou um revólver que estava guardado no cofre do quarto do pai e mostrou a arma para o amigo. Segundo o jovem, o jogador acabou disparando contra si próprio ao manusear a arma.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e prestou os primeiros atendimentos ao adolescente, que foi encaminhado ao Hospital Infantil de Vitória.

O pai do menino baleado contou que foi surpreendido com uma ligação de um policial, por volta das 23h30, avisando sobre um acidente e que o filho estava sendo levado para o hospital.

- Recebi a ligação de um cabo da Polícia Militar alegando que o meu filho tinha sofrido um acidente e estava sendo encaminhado para o hospital. Ele falou que teve um disparo de arma de fogo dentro de uma residência. [...] O meu filho já chegou no hospital em um estado muito grave - contou.

O pai falou que não recebeu nenhuma informação sobre o que houve.

- Eu não sei onde fica essa residência, não sei que é o pai do menino, não sei quem é esse garoto, não sei com quem o meu filho estava no momento em que aconteceu essa tragédia. Não tenho informação nenhuma.

No dia do atendimento, o médico do clube informou que o estado do jogador era grave.

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- A bala perfurou a cabeça, com entrada e saída. As primeiras 24 horas são importantes para ver como o atleta vai reagir.

Familiares do adolescente de 14 anos e profissionais do clube em que ele joga foram até o hospital para acompanhar o caso.

O técnico que treina o jogador falou que ele é cheio de sonhos e está sempre brincando com os colegas.

- Um menino de 14 anos cheio de saúde e sonhos, brinca sempre com os colegas, está sempre mexendo com um e com outro, como todo bom adolescente. Muito inteligente e talentoso com uma ótima leitura de jogo, se adaptando a essa transição criança para adolescente - avaliou.

A Polícia Militar informou que o rapaz de 15 anos foi levado à Delegacia Especializada de Adolescentes em Conflito com a Lei (Deacle), com o irmão de 26 anos como responsável legal.

A Polícia Civil disse que o rapaz de 15 anos foi autuado por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio e encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase).

O g1 perguntou se o pai do jovem de 15 anos, que foi apontado como o dono da arma, foi ouvido, se registro de posse e da arma, mas a Polícia Civil respondeu que “as informações que existiam no momento já tinham sido enviadas”.