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Como Michael Jackson e Quincy Jones criaram 'Thriller', o álbum mais vendido de todos os tempos; produtor morreu neste domingo

Por Redação, com g1 04/11/2024 10h10 - Atualizado em 04/11/2024 11h11
Michael e Quincy - Foto: AP Photo/Doug Pizac

O músico Quincy Jones morreu neste domingo (3) aos 91 anos. Ele é considerado um dos maiores produtores musicais de todos os tempos, e foi responsável pela produção de discos icônicos, incluindo alguns dos maiores de Michael Jackson.

Quincy ajudou Michael a desenvolver sua identidade artística ao começar a carreira solo em 1979. Juntos, eles fizeram "Off The Wall", primeiro disco de MJ gravado em idade adulta, que rendeu ainda mais sucesso comercial e aclamação crítica ao jovem cantor.

Então, para seu álbum seguinte, Michael tinha um objetivo em mente: criar um disco onde "cada música fosse matadora", contou à revista "Ebony". O cantor era obcecado com números de vendas, e se comparava constantemente a colegas como Prince e Madonna.

"Por que cada música não pode ser um hit? Por que cada música não pode ser tão boa que as pessoas iriam querer comprá-la se você pudesse lançá-la como single? Esse era meu propósito para o próximo álbum", revelou Michael à "Ebony".

A criação de 'Thriller'

Para criar seu segundo disco como artista solo, Michael - então com 24 anos - voltou a convidar Quincy e o compositor britânico Rod Temperton. Eles criaram cerca de 30 músicas para o novo álbum, que pretendia se afastar do som disco que marcou o anterior.

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As gravações começaram em abril de 1982 e a primeira música gravada foi "The Girl is Mine", parceria de MJ com Paul McCartney. A histórica colaboração foi o primeiro single do disco e ficou em segundo lugar nas paradas de música pop, abrindo o caminho para o álbum.

Então, Quincy e Michael voltaram ao estúdio para criar as próximas músicas, colaborando também com o músico Steve Lukather, da banda Toto.

"Nós estávamos trabalhando cinco noites e cinco dias, sem dormir. E em um ponto, os alto-falantes sobrecarregaram e pegaram fogo", contou Quincy à revista "Rolling Stone".

Entre as faixas criadas, estava "Starlight", uma promissora canção composta por Temperton, que mesclava uma batida dançante e arranjos dramáticos, dignos de uma peça da Broadway. Inspirado pelo amor de Michael por filmes de terror, o britânico transformou a música em "Thriller".

Então, Quincy procurou sua esposa, Peggy Lipton, que conhecia o ator de terror Vincent Price. Ele deu a voz à arrepiante parte final da música.

Michael e Quincy tinham o objetivo de fazer "o maior álbum da história" e pensaram estrategicamente. "Você tem que ir direto na garganta em quatro, cinco, seis áreas diferentes: rock, adulto contemporâneo, R&B e soul", disse o produtor para a "Rolling Stone".

“Quando chegamos a nove músicas, colocamos aquelas 'de pé' para ver se elas se sustentavam. Tentei ser o mais objetivo possível e pegar as quatro mais fracas daquelas nove e substituí-las. Elas não eram fracas, era um material ótimo, mas você tem que ser realista.”

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As sessões incluíram "Billie Jean", inspirada em uma história real na vida de Michael Jackson. Outra adesão importante foi quando Jones sentiu que precisava de uma "forte música rock and roll", e convidou o guitarrista Eddie Van Halen para um solo matador. Dessa ideia, nasceu "Beat It".

Michael e Quincy chegaram a nove músicas, mas ainda não estavam totalmente satisfeitos com o resultado final. Eles remixaram o disco inteiro e finalmente o lançaram em 29 de novembro de 1982, com músicas como "Wanna Be Startin' Something", "Human Nature" e "P.Y.T. (Pretty Young Thing)".

O projeto do cantor e do veterano produtor deu certo. Até o fim de 1983, "Thriller" havia vendido 32 milhões de cópias no mundo todo. Segundo o Guinness World Records, ainda se trata do álbum mais vendido de todos os tempos.

"Todo mundo entra no estúdio para fazer o maior disco do mundo. Você se surpreende quando isso não acontece, na verdade. Nós tivemos sorte", disse Quincy em uma entrevista no programa "Letterman".