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Dólar passa de R$ 5,80 com ataques entre Ucrânia e Rússia; Bolsa cai

Por UOL 21/11/2024 15h03
Dólar passa de R$ 5,80 com ataques entre Ucrânia e Rússia; Bolsa cai - Foto: Reprodução

O dólar tem forte alta nesta quinta-feira (21), enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo trabalha em baixa. A aversão ao risco continua diante da escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia, o que desvaloriza o real. Procurando evitar aplicações que podem ter quedas drásticas, os investidores correm para a moeda americana.

A espera pelos cortes de gatos segue em frente e derruba o índice da Bolsa. O ministro da Fazenda Fernando Haddad tem reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na agenda oficial, o encontro deve acontecer às 15h. Mas o anúncio pode ser apenas semana que vem.

O que está acontecendo?

Por volta de 15h, a Bolsa de Valores de São Paulo tinha baixa de 0,69%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desvaloriza para 127.315 pontos.

O dólar comercial era negociado em forte alta de 0,76%, vendido a R$ 5,812. O turismo era vendido com valorização de 0,61%, para R$ 6,039.


Internacionalmente, os ataques entre Rússia e Ucrânia acontecem com mais gravidade e elevam o dólar no mundo todo. Pela primeira vez desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra Kiev. A informação foi divulgada pelo governo de Volodimir Zelensky, indicando que o míssil teria partido da região de Astrakhan, no sul da Rússia, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira.

Essas tensões fazem os investidores preferirem aplicações seguras e fáceis de sair, como o dólar. Por isso, a moeda americana, o iene tem alta de 0,43%. Isso é ruim porque muitos investidores que emprestam dinheiro a taxas baixas no Japão e investem na Selic aqui — para ganhar com a diferença — desmontam essa aplicação, já que o dinheiro fica mais caro no país oriental. Isso retira dólares do Brasil e o real deprecia.

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A alta de hoje, segundo Paulo Gala, economista chefe do banco Master, é majoritariamente causada por esse estresse internacional. "Para não dizer que são dois terços de causada por fatores internacionais, eu apostaria em mais da metade da alta como fator internacional", diz Gala. O restante, segundo ele, é a questão fiscal nacional.

Como está o pacote?

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad têm encontro marcado às 15h no Palácio do Planalto. A reunião está na agenda do ministro. Entretanto, na agenda do presidente, também está prevista uma reunião com representantes dos setores de atacado e varejo às 15h.

O anúncio das medidas para conter as despesas e cumprir o arcabouço fiscal é esperado há semanas pelo mercado financeiro. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta segunda-feira que há expectativa de que a redação do pacote seja finalizada nesta semana, mas a data de anúncio será definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o texto ser apresentado a ele. "Quanto mais se postergar o anúncio, maior a pressão sobre os ativos domésticos, inclusive reduzindo a liquidez, o que é natural para momentos de incerteza", diz Alexsandro Nishimura, economista da Nomos.

Mesmo com bons resultados corporativos do terceiro trimestre apresentados recentemente o Ibovespa não consegue avançar por conta das preocupações fiscais. "A temporada foi boa, houve crescimento no lucro de muitas empresas, alguns vieram dentro do consenso. O macro domina. O mercado não sabe se o pacote sairá, quando sairá. Isso tem segurado os preços no mercado", diz Felipe Moura, analista da Finacap.

Petrobras

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O conflito no Leste Europeu faz o petróleo subir pouco mais de 1% nesta quinta. Isso ajuda as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). Na parte da tarde, uma reunião da diretoria da estatal acontece hoje para aprovação do plano de investimentos da petroleira. A divulgação do plano como um todo será feita após o fechamento do mercado. No momento, PETR3 subia 0,90%, a R$ 41,39, enquanto PETR4 tinha avanço de 0,56%, para R$ 38,01.

A companhia divulgou na segunda-feira que proposta é de investimentos de US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029, total 9% maior na comparação com o programa anterior. "O mercado aguarda essa reunião porque podem ser divulgadas informações sobre dividendos", diz Bruno Benassi, analista de ativos da Monte Bravo.