Ex-diretora terá que pagar R$ 18 mil por notebooks furtados em escola de São Paulo
A ex-diretora de uma escola pública de São Paulo terá que arcar com os custos de mais de R$ 18 mil referente ao sumiço de oito notebooks da unidade de ensino em que trabalhou entre 2022 e 2023. A decisão foi tomada pela Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), que alegou falta de cuidado da mulher de 53 anos, com o patrimônio público.
Apesar de responsabilizar a ex-gestora pelo zelo com os equipamentos, a Comissão de Supervisores constatou que não há indícios de má-fé por parte dos responsáveis da E. E Nossa Senhora Aparecida.
Os computadores em questão chegaram à escola entre março e abril de 2021, período de pandemia, em um total de 17 equipamentos da marca multilaser, modelo ultra ul150. Os aparelhos eram destinados ao uso de professores, sem a necessidade de formalização da retirada.
Quase dois anos depois, em maio de 2023, após solicitação do Núcleo de Informações Educacionais e Tecnologia, um inventário do patrimônio da escola foi feito e ficou constatado o desaparecimento dos oito notebooks.
Segundo justificativa da direção da escola, o sumiço se deu em “situação desconhecida”. Iniciou-se, então, uma busca sem sucesso pelos equipamentos desaparecidos. Após inúmeras tentativas sem encontrar a localização dos mesmos, a mulher abriu um boletim de ocorrência em dezembro de 2023.
No período, apesar de os alunos não terem aulas presenciais, a escola contava com alta rotatividade de pessoas, segundo informou a ex-diretora às autoridades. Além de professores que iam gravar aulas, outros funcionários e profissionais da construção frequentavam o local. A unidade passava por obras na época.
Outro ponto que pode ter dificultado a falta de controle dos empréstimos dos computadores foi a morte do professor do Projeto de Apoio a Tecnologia e Inovação (Proatec) na época dos fatos. Ele foi substituído por Rodrigo Chaves.
Agora, ela terá que arcar com o valor de R$ 18.332,08 em 4 parcelas de R$ 4.588,20, referente aos notebooks furtados, com a primeira parcela tendo que ser paga no dia 30 deste mês.
Além do valor que terá de desembolsar, a ex-diretora deixou o cargo e voltou a ser professora em outra unidade de ensino, tendo uma redução no salário, conforme contou ao Terra.
“Não tenho de onde tirar [o valor]. Meu salário caiu pela metade. Sou uma mãe, com duas filhas e dois idosos dentro de casa. Meu marido também é professor. Estou atrás de parentes e amigos para ver se consigo esse valor para não me prejudicar”, diz à reportagem.
Em nota, a Seduc informou que a diretora assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a reembolsar o valor dos equipamentos em parcelas. Ainda segundo a Pasta, “outras apurações sobre a mesma gestão correm em sigilo”.
A mulher, por sua vez, afirmou à reportagem que chegou à escola sem a presença de advogado ou qualquer assistência jurídica quando assinou o termo.