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Homem assassinado em aeroporto de São Paulo após voltar de Alagoas teria sido morto devido a delação do PCC

Por Redação com Agência Brasil 16/01/2025 20h08
Vinicius Gritzbach, empresário delator do PCC assassinado - Foto: Divulgação

O assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, delator de policiais e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi motivado por sua colaboração com o Ministério Público (MP) de São Paulo, revelando esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a facção criminosa. A execução ocorreu no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro do ano passado, quando ele retornava de Alagoas.

De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gritzbach tornou-se alvo de retaliação ao expor um complexo esquema de corrupção policial e operações financeiras ilegais do PCC.

"Além de denunciar policiais civis, ele deu nomes dos donos do PCC envolvidos na lavagem de dinheiro. Também aplicou golpes em membros da facção, criando uma rede de inimizades que culminou em sua execução", explicou Ivalda em entrevista coletiva.

Golpes, dívida e execução

Além das denúncias, Gritzbach era acusado de aplicar golpes financeiros em membros do PCC por meio de investimentos fraudulentos em criptomoedas, acumulando dívidas significativas. “Ele ficava devedor e isso aumentou a pressão contra ele. Após sua morte, sua viúva não possui dinheiro em espécie, apenas bens que precisarão ser vendidos”, detalhou a delegada.

Planejamento e participação policial

A execução, marcada pela ousadia, foi descrita como um “crime de mando e pagamento” que envolveu altas quantias. Um policial militar, preso nesta quinta-feira pela Corregedoria da Polícia Militar, é apontado como o autor dos disparos de fuzil que mataram o delator. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o policial fazia parte de um esquema que favorecia líderes da facção, evitando prisões e oferecendo escoltas clandestinas.

O MP de São Paulo confirmou que Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada em março de 2024. Trechos sigilosos da delação, enviados à Corregedoria em outubro, detalhavam práticas de extorsão por parte de policiais civis. Apenas oito dias antes de sua morte, Gritzbach prestou depoimento à Corregedoria, o que pode ter acelerado o plano de sua execução.